Há um novo investimento no Douro: o Centro de Vinificação do Vale do Douro, ou CEV Douro, aberto desde 18 de agosto. Fruto de capital privado, surge como solução para pequenos e médios produtores de vinho (atuais ou potenciais) que tenham como um dos fatores críticos do negócio as condições e/ou o investimento na construção de uma adega própria.
O CEV Douro é um espaço pensado ao pormenor e criado de raiz. Com capacidade para produzir 800 mil litros de vinho de mesa do Douro (não está apto à produção de vinho do Porto), permite realizar todo o processo, da criação à expedição para o mercado. Está equipado com tecnologia de última geração para vinificação – cubas de inox com capacidades entre 2.500 e 30.000 litros, adaptáveis a menores dimensões com inertização a azoto, e equipamentos para microxigenação dos vinhos, quando necessário –; possibilita estágio e armazenamento em cubas de inox ou barricas de madeira, em cave climatizada e com humidade controlada; dispõe de laboratório próprio; zonas de armazenamento de produto semiacabado e acabado em condições adequadas; linha de engarrafamento e, em breve, sala de provas ao serviço dos clientes.
No ano de arranque, o CEV Douro disponibiliza serviços de receção e pesagem das uvas; desengace e esmagamento; fermentação alcoólica; prensagem; fermentação malolática; clarificação e estabilização do vinho; armazenamento em condições adequadas (em inox ou barricas de madeira, mas também como produto acabado, em espaço devidamente climatizado); e análises enológicas, realizadas internamente, em laboratório próprio. A oferta é já bastante diversificada e prevê-se a sua expansão em 2026, com apoio técnico à viticultura – dado o protocolo exigente relativamente à qualidade das uvas destinadas à vinificação –; e, em anos seguintes, poderá incluir apoio nas áreas de marketing e comercial, caso os clientes e o mercado o justifiquem.
Os preços variam em função das necessidades de cada cliente. Quem contratar os serviços do CEV Douro pode recorrer ao seu próprio enólogo ou solicitar o acompanhamento de Afonso Pinto, enólogo residente do projeto. Com mais de trinta anos de experiência, o enólogo Francisco Montenegro é consultor do CEV Douro, tendo contribuído para a definição da dinâmica do espaço e para a escolha dos equipamentos. Outra das mais-valias é a sua localização, de fácil acesso, na Rua da Meia Légua, 600, Loureiro, Peso da Régua – junto ao Continente.
“O CEV Douro tem como princípio adaptar-se ao desejo de um produtor ou de um enólogo que procure melhores condições para fazer os seus vinhos ou os vinhos daqueles a quem presta assistência. Existem espaços onde se pode vinificar, mas o CEV Douro é pioneiro ao congregar todas as valências [referidas] num só local. Sabemos, por exemplo, que um dos fatores críticos para a estabilidade do vinho é o transporte entre a produção e o engarrafamento, sendo que no CEV Douro esse não é um problema que se coloca”, afirma Francisco Magalhães, que, juntamente com a filha Andreia, lidera o projeto. Para este primeiro ano, Francisco e Andreia optam por ser cautelosos, estabelecendo uma vinificação máxima de 100 mil litros. Deste volume fazem parte os vinhos de um projeto familiar, a apresentar no próximo ano, com origem em quatro quintas da família, situadas na margem direita do rio Douro, entre Régua, Sabrosa e Murça.