Novo estudo científico reforça o valor das rolhas de cortiça para a segurança alimentar em relação às cápsulas de rosca.
Uma investigação recente, publicada no 'Journal of Food Composition and Analysis', analisou o teor de microplásticos numa vasta gama de bebidas vendidas em França. Os vinhos engarrafados com rolhas de cortiça revelam-se uma melhor alternativa para evitar a migração de microplásticos, especialmente quando comparados com as cápsulas de rosca.
O estudo identifica, de forma clara, a tampa de rosca como a principal fonte de contaminação em bebidas engarrafadas em garrafas de vidro. Os microplásticos encontrados apresentam a mesma cor e composição da tinta exterior da tampa de rosca, frequentemente produzida a partir de resinas de poliéster. Segundo os autores, esta contaminação tem origem durante o armazenamento em massa das tampas, em que a fricção e a abrasão entre as cápsulas provocam a libertação de micropartículas que podem acabar na bebida no momento da colocação da tampa.
Esta constatação é preocupante não só pela presença de microplásticos, mas também pela possível libertação de aditivos químicos presentes nas tintas decorativas das cápsulas. De facto, o vinho engarrafado em briks — que muitas vezes contêm elementos plásticos ou metalizados no seu interior — apresentou níveis mais elevados de microplásticos.
Já a rolha de cortiça natural, de origem vegetal, biodegradável e isenta de tintas industriais, não contribui com partículas poluentes para o vinho. Esta evidência científica vem somar-se aos múltiplos benefícios da cortiça: sustentabilidade, excelente desempenho no envelhecimento e, agora, também um menor risco de contaminação por microplásticos.
Num contexto em que a saúde do consumidor e o respeito pelo ambiente são fundamentais, a rolha de cortiça afirma-se como a melhor opção para garantir um vinho limpo, seguro e alinhado com os valores do consumidor consciente.