A organização atribui o declínio do consumo a vários fatores, como a alteração dos gostos dos consumidores, as diferentes preferências entre gerações e o aumento geral dos preços, devido à subida da inflação a nível mundial.
O responsável da organização reconhece que as tarifas anunciadas pelo governo norte-americano estão a gerar “incerteza no mercado”, embora rejeite “especular sobre possíveis cenários futuros”. Barker sublinha que, se as tarifas sobre o vinho se mantivessem em 10%, isso não alteraria o estatuto dos Estados Unidos como um grande mercado de vinho. No entanto, salienta que 47% do vinho produzido a nível mundial é exportado, pelo que “qualquer tipo de barreira cria uma distração no mercado”.
Em 2024, os Estados Unidos foram o maior importador de vinho em valor (6,3 mil milhões de euros), mas o terceiro em volume, com 12,3 mhl, atrás da Alemanha (12,7) e do Reino Unido (12,6 mhl).
A produção de vinho em 2024 atingiu 225,8 mhl, menos 4,8% do que em 2023 e a mais baixa dos últimos 60 anos, devido a uma sucessão de “fenómenos meteorológicos extremos” que também criaram problemas fitossanitários em grandes zonas produtoras, segundo a OIV.
A diminuição da produção e o aumento dos preços conduziram a uma estabilização do comércio internacional de vinho, tanto em volume, com 99,8 milhões de hectolitros (menos 0,1% do que em 2023), como em valor (35,9 mil milhões de euros, menos 0,3%).
A OIV prevê que a produção nos países do hemisfério sul, que estão a concluir a vindima, atinja 47 milhões de hectolitros este ano, um aumento de 2,6% em relação a 2024. A produção aumentará na Argentina, Brasil, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, mas diminuirá no Chile, de acordo com os dados.