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Quiet days are gone…

Jorge Neves, presidente da ANPROMIS31/03/2025
Existem mecanismos ao nosso alcance que poderão estancar e, até, inverter a perigosa trajetória de redução de áreas de produção de milho
Os efeitos da imposição de tarifas às importações por parte da Administração Trump (e respetivas retaliações por parte dos países afetados) irão perdurar, e iremos vivenciar um período de instabilidade e volatilidade cambial e de preços de commodities pelo menos durante dois anos. A evolução recente da relação euro/dólar e do preço do milho na Bolsa de Chicago poderão ser um pequeno prenúncio deste cenário.
Jorge Neves, presidente da ANPROMIS
Jorge Neves, presidente da ANPROMIS

Com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, a Europa achou que a História tinha chegado ao fim e que, a partir de aí, a bondade intrínseca dos povos traria a paz, a harmonia e a prosperidade para todo o sempre.

Nem os episódios do 11 de setembro de 2001 e da pandemia da Covid-19 conseguiram despertar a Europa da letargia e do estado de negação em que mergulhou durante estas curtas décadas de paz e prosperidade.

Somente, mais recentemente, o eclodir da guerra na Ucrânia e, finalmente, a entrada em funções da Administração Trump, fizeram cair a máscara e revelar que, afinal, o maior bloco económico mundial padece de fragilidades que poderão, no limite, levar à sua completa irrelevância, num contexto de multipolarismo e de emergência de novos blocos de interesse económico, político e militar.

Portugal conta para esta equação? Definitivamente, não! No entanto, isso não nos exime de, dentro daquilo que é o nosso papel, no contexto da União Europeia, tomarmos as medidas adequadas aos nossos interesses estratégicos permanentes, seja lá o que isso significar para os nossos decisores políticos.

Tenho, para mim, que os efeitos da imposição de tarifas às importações por parte da Administração Trump (e respetivas retaliações por parte dos países afetados) irão perdurar por bastante tempo, e que iremos vivenciar um período de instabilidade e volatilidade cambial e de preços de commodities, pelo menos durante os próximos dois anos. A evolução recente da relação euro/dólar e do preço do milho na Bolsa de Chicago poderão ser um pequeno prenúncio deste cenário.

O fraco grau de autoaprovisionamento de milho em Portugal expõe-nos, perigosamente, a esta circunstância, agravada pelo facto de as duas nossas principais origens de importações (Ucrânia e Brasil) se encontrarem perante enormes desafios geoestratégicos, que tenderão a acautelar, em prejuízo das relações comerciais atuais.

Conseguiremos mitigar esta circunstância?

Longe de nós sonharmos com uma autossuficiência em abastecimento de milho em Portugal. No entanto, existem mecanismos ao nosso alcance que poderão estancar e, até, inverter a perigosa trajetória de redução de áreas de produção de milho a que temos vindo a assistir nos últimos anos.

Portugal é dos países onde a tecnologia aplicada nesta cultura mais fortemente se tem sentido nas produtividades alcançadas. Temos, seguramente, os produtores de milho mais evoluídos do mundo!

Neste momento, a prioridade será garantir, e repor, o rendimento dos produtores de milho. Estamos convictos que a Estratégia +Cereais, recentemente elaborada pelo GPP, terá um contributo assinalável para esse desígnio. Só assim conseguiremos assegurar a manutenção de áreas que ajudem a minimizar o elevado risco de dependência externa a que estamos atualmente expostos.

A implementação da estratégia 'Água que Une' será, seguramente, uma garantia acrescida de abastecimento de água para as culturas de regadio em Portugal. De acordo com um recente estudo apresentado pela AGROGES no 12.°Colóquio do Milho, existe em Portugal uma correlação quase perfeita entre os concelhos onde existe agricultura de regadio e os respetivos indicadores de desenvolvimento económico. Esta é uma ótima base de partida para quem ainda não está convencido da importância da agricultura no desenvolvimento económico e na coesão territorial do País!

É tempo de decisões, porque os dias de calma já foram…

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