O projeto Gen4olive, financiado pela União Europeia através do programa Horizonte 2020, é a maior injeção de fundos e recursos para o melhoramento genético da oliveira a nível europeu nas últimas décadas. O projeto aborda o aperfeiçoamento de metodologias e a identificação das necessidades do setor, a caraterização de variedades cultivadas e silvestres, o impacto das alterações climáticas, o desenvolvimento de marcadores genéticos e plataformas digitais ou a aplicação de inteligência artificial na olivicultura, sem esquecer a comunicação e divulgação de resultados, que tem a sua fase final no encontro que reúne especialistas internacionais do setor em Córdoba ao longo desta semana.
Entre os seus marcos mais importantes está o desenvolvimento de uma infraestrutura digital para garantir o acesso aberto aos dados, que será alojada na Universidade de Córdoba e que permitirá, pela primeira vez, que qualquer pessoa interessada na oliveira tenha informações acessíveis e fáceis de interpretar, com base na convicção de que “os recursos genéticos da oliveira são um património coletivo e devem estar ao alcance de toda a sociedade”. Além disso, no âmbito do Gen4olive, foram criadas duas aplicações inteligentes para identificar variedades de azeitona e detetar doenças a partir de imagens, aplicações que estarão disponíveis gratuitamente a partir de março de 2025.
O núcleo do projeto foi a avaliação de mais de 600 variedades de azeitona a nível internacional, em colaboração com cinco bancos de genes localizados em Marrocos, Espanha, Itália, Grécia e Turquia. Foram analisadas trinta caraterísticas-chave da oliveira, incluindo a tolerância a pragas e doenças, a resistência ao frio e à seca, a qualidade do azeite, a fenologia, a arquitetura das árvores e as caraterísticas relacionadas com a mecanização e a azeitona de mesa. Além disso, foi efetuado um levantamento exaustivo das oliveiras selvagens na bacia mediterrânica, permitindo o seu registo e caraterização para futura utilização em programas de melhoramento genético, o que permitirá responder aos desafios que o olival enfrenta através do desenvolvimento de variedades mais resistentes.
Além disso, a colaboração com pequenas e médias empresas permitiu o desenvolvimento de 25 projectos em seis países, 14 dos quais em Espanha, centrados em áreas-chave como o pré-melhoramento genético, o estabelecimento de ensaios comparativos e o desenvolvimento de estratégias inovadoras para melhorar a adaptação das oliveiras a diferentes fatores de stress biótico e abiótico. Além disso, foram promovidos projetos destinados a otimizar a produção e a qualidade do azeite.