Pela primeira vez as empresas do setor da irrigação apresentaram-se unidas perante as instituições europeias, sublinhando a importância do reconhecimento regulamentar para uma irrigação sustentável. Giulia Giuffrè, CSO e membro do Conselho de Administração da Irritec, interveio como membro do Conselho de Administração da EIA, partilhando o trabalho realizado pela associação e a visão da Irritec.
Durante o evento, foi apresentado o Position Paper “Sustainable Irrigation-Focus on the Framework of the EU Taxonomy”, que propõe a inclusão da irrigação na Taxonomia Europeia para o Financiamento Sustentável (EU Reg. 2020/852), reconhecendo o contributo para os objetivos ambientais do Pacto Ecológico Europeu.
O documento de posição é o resultado de uma iniciativa conjunta de empresas de irrigação, membros da AIA, que reuniram recursos e conhecimentos especializados para a sua redação e foram apoiados pela “The European House-Ambrosetti” (TEHA). A Irritec contribuiu para a elaboração do documento, com Giulia Giuffrè a liderar o grupo de trabalho “Sustentabilidade na Agricultura”, do qual nasceu o projeto Taxonomia da UE, coordenado por Giusy Inferrera, da Equipa de Sustentabilidade da Irritec.
O trabalho conjunto entre os diferentes atores permitiu definir critérios para o reconhecimento da irrigação como uma atividade estratégica na transição ecológica. “A agricultura é responsável pela maior parte do consumo de água, pelo que é fundamental intervir na cadeia agroalimentar. Com esta iniciativa, queremos sensibilizar para a importância do sector da irrigação para a sustentabilidade agrícola e a resiliência da água, não só na agricultura, mas em todos os sectores”, afirmou Giulia Giuffrè.
Durante a reunião, a tónica foi colocada no papel fundamental dos agricultores e dos gestores de espaços verdes urbanos na utilização sustentável da água, sublinhando a necessidade de lhes garantir não só incentivos económicos, mas também formação e ferramentas para otimizar a gestão da água.
Um tema central do debate foi a reutilização das águas residuais, uma oportunidade estratégica ainda travada por infraestruturas obsoletas e falta de conhecimento, mas essencial para uma gestão mais eficiente e resiliente da água.
O debate centrou-se depois na Política Agrícola Comum (PAC) e na futura Estratégia de Resiliência da Água da UE, cujos três principais objetivos são: garantir o acesso à água potável, desenvolver uma economia europeia responsável com a gestão da água e proteger e restaurar os ecossistemas aquáticos. Finalmente, foram relançadas as recomendações delineadas no Documento de Posição, incluindo: a integração da irrigação sustentável nos quadros regulamentares europeus, a promoção de uma Aliança Global entre todos os atores envolvidos no setor da água, o desenvolvimento de um sistema de certificação reconhecido e a criação de uma marca global para a irrigação sustentável destinada a quantificar a sustentabilidade nos produtos agroalimentares e nos espaços verdes públicos e privados.
Para a Irritec, e para todos os envolvidos, o desafio é garantir que as tecnologias e práticas de irrigação sustentáveis tenham um lugar de destaque nos sistemas reguladores e financeiros para acelerar a transição para uma agricultura e uma gestão paisagística mais resilientes e amigas da água.