Acelerar a maturidade digital, aumentar o conhecimento e construir um setor agroalimentar mais inteligente são os principais desafios das empresas. Estas foram as principais conclusões da conferência promovida pela FIPA, em conjunto com a APED e a CONFAGRI.
Na abertura da conferência, Pedro Queiroz, Diretor-Geral da FIPA, destacou a importância do debate em torno das ameaças ao nível da cibersegurança que, sobretudo no setor agroalimentar, podem afetar toda a cadeia de valor, desde “o prado ao prato”, com impacto direto nos consumidores. Como tal, o conhecimento e as parcerias são fundamentais para criar soluções e ferramentas para a indústria que se debate com um novo regime jurídico de cibersegurança e um quadro regulatório complexo, especialmente para as PME.
Já Cátia Pinto, Diretora Executiva do SFCOLAB, destacou a importância da “transição digital com sentido” para que as empresas tenham acesso à tecnologia de custo acessível, personalizada, e considerando a integração. Destacou ainda a necessidade de se promover a literacia para uma agricultura digital mais eficaz, e a importância da utilização dos dados na gestão das culturas, apresentando como exemplo, o uso eficiente da água.
Houve ainda oportunidade de debater os desafios atuais e oportunidades da transformação digital no setor agroalimentar. Tema que esteve a cargo de Helena Gouveia, Gestora de programas de I&D no ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade. Na sua abordagem, realçou a importância de uma estratégia para a digitalização e a adoção de tecnologias digitais para um setor agroalimentar mais resiliente e sustentável. Destacou ainda os vários obstáculos que impactam as empresas, sobretudo as PME, no caminho da transformação digital, e apresentou instrumentos que facilitam esse crescimento, dando como exemplo os DIH (Polos de Inovação Digital).
No debate que se seguiu, sobre o impacto da cibersegurança no setor Agroalimentar, foi destacada a necessidade das empresas se prepararem para o risco, através da formação, boas práticas, normas e implementação das medidas de segurança. Neste painel, moderado por João Vaz Tomé, Head of Public Affairs da APED, e que contou com a participação de Sérgio Ferreira, Especialista na proteção de dados na SGS Portugal, Hugo Branquinho, VP Digital Solutions na Kiwa, e José Barata, Investigador na UNINOVA – Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias, esteve ainda em destaque a relação entre a segurança alimentar e a segurança cibernética e o impacto das ameaças cibernéticas na questão sanitária.
Durante o encerramento, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, concluiu que, no ecossistema de inovação que está a ser desenvolvido, estimular o conhecimento é fundamental para as empresas do setor enfrentarem os desafios da cibersegurança.