Talleres Filsa, S.A.U.
Informação profissional para a agricultura portuguesa

Gestão integrada das doenças foliares dos cereais

22/01/2025
O conhecimento das doenças é fundamental para estabelecer estratégias de controlo.
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Para maximizar a produção das nossas culturas cerealíferas, entre outros aspetos, o controlo de infestantes, pragas e doenças é fundamental.

Embora neste artigo nos concentremos no conhecimento e gestão das principais doenças foliares que afetam as culturas cerealíferas, a estratégia a seguir deve ser um Controlo Integrado. Isto significa que, para gerir e controlar uma infestante, praga ou doença, é essencial basear-se em três pilares: rotação de culturas, medidas culturais e controlo fitossanitário. Nenhum destes pilares é mais importante do que o outro e, na medida em que conseguirmos maximizar a utilização dos três, o controlo fitossanitário será muito mais eficaz e eficiente.

No que diz respeito à gestão das doenças dos cereais, que causam uma perda de peso específico, uma diminuição da produção e da qualidade do grão, uma rotação de culturas adequada, com culturas de diferentes espécies (combinação de folha larga e folha estreita), permitirá um melhor controlo. Isto porque cada cultura é normalmente afetada por diferentes doenças e, ao mudar a cultura hospedeira, quebramos os seus ciclos de desenvolvimento ou de reprodução.

As medidas culturais não são menos importantes, como a correta gestão das taxas de sementeira e de fertilização, o tipo de mobilização do solo, a gestão dos resíduos e da palha, entre outras, pois permitem reduzir a suscetibilidade da cultura às doenças ou reduzir as quantidades de inóculo.

Finalmente, na maioria dos casos é necessário ter o apoio da aplicação de um produto fitossanitário, neste caso um fungicida. A este respeito, é essencial escolher um produto que seja eficaz para a doença-alvo e, acima de tudo, definir o momento certo de aplicação.

Para além destes três pilares, a prevenção é fundamental. Entre os aspetos a ter em conta, podemos destacar os seguintes:

  • A escolha de sementes certificadas com um bom tratamento ajuda a estabelecer a cultura na sua fase inicial e a protegê-la de doenças que se transmitem através da semente, como a fusariose, o carvão, a helmintosporiose.
  • Escolher sementes que sejam geneticamente tão tolerantes às doenças quanto possível. Isto é especialmente importante no caso de doenças como a rincosporiose ou a ferrugem, pois atrasa o seu aparecimento, embora não seja fácil, pois as variedades mais produtivas são geralmente as mais sensíveis às doenças. Além disso, as mutações das doenças são frequentes, permitindo-lhes ultrapassar a tolerância genética.
  • Escolher variedades adaptadas à gestão da cultura pretendida. A sementeira de variedades de cereais de ciclo curto no outono tende a torná-las mais sensíveis às doenças numa fase precoce.

Principais doenças foliares dos cereais

Conhecer as doenças é a chave para estabelecer estratégias de controlo. Embora existam muitas doenças foliares, neste artigo vamos concentrar-nos nas mais importantes, como a septoriose e a ferrugem no trigo, e a helmintosporiose e a rincosporiose na cevada.

Em artigos futuros, abordaremos outras doenças que, embora não tão difundidas atualmente, estão a tornar-se localmente importantes em certas zonas da Península Ibérica, bem como a presença de micotoxinas nos cereais produzidas por um controlo deficiente das doenças.

 

Doenças comuns nas culturas de trigo

1. Septoriose

Esta é a “rainha” das doenças do trigo. É uma doença que se desenvolve das folhas mais velhas para as mais novas, ascendendo geralmente “lentamente”, dependendo da temperatura (15-20°C) e da humidade relativa (elevada).

A época de aplicação de fungicidas para esta doença, em geral e dependendo da pressão da doença, costuma coincidir com o desdobramento da 'folha bandeira', de modo a protegermos a folha bandeira e a anterior, bem como a espiga. Essas partes da planta, quando sadias, são responsáveis por 80% do enchimento dos grãos e, portanto, por “segurar” a colheita (Foto 1).

 

2. Ferrugem amarela

Embora ataque principalmente o trigo, também pode afetar a cevada e o triticale. Doença explosiva, que pode desenvolver-se desde temperaturas tão baixas como 0-3 °C até 25 °C e com um intervalo ótimo entre 10 e 15 °C. O ciclo de desenvolvimento é muito curto (7 dias) e, ao contrário da septoriose, ataca qualquer parte da planta, geralmente as folhas mais jovens, mesmo diretamente na espiga. Por este motivo, recomenda-se o tratamento com fungicidas quando se observam os primeiros sintomas (aparecimento do primeiro pé), independentemente do estádio fenológico do cereal (foto 2).

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Doenças comuns nas culturas de cevada

1. Helmintosporiose na cevada

Ataca as folhas da cevada, desde muito cedo, se as temperaturas forem frescas ou amenas e a humidade relativa for elevada. As sementeiras precoces, especialmente as de cevada de primavera (ciclo curto), são muito suscetíveis a doenças como esta (foto 3).

 

2) A rincosporiose na cevada

Esta doença (que também afeta o centeio) é muito perigosa, porque tem um período de latência muito longo e, quando tem condições para se desenvolver, é muito “explosiva” e, portanto, difícil de controlar quando se torna visível. Pode ser confundida com outras doenças, como a helmintosporiose ou a mancha fisiológica (Foto 4).

Estratégias de controlo de doenças na cevada

Nas culturas de cevada, recomendamos tratamentos preventivos no final do perfilhamento - início do perfilhamento, mesmo na ausência de danos visíveis, para garantir o enchimento do grão e a sobrevivência da cultura. O tamanho da “folha bandeira” na cevada é muito menor do que no trigo e, consequentemente, a sua contribuição para o enchimento do grão é também muito menor, pelo que é necessário manter saudáveis as folhas anteriores à folha bandeira.

Por outro lado, a cevada não recupera dos ataques precoces da helmintosporiose e da rinosporiose a partir do início do perfilhamento, pelo que a utilização de um fungicida garantirá a sobrevivência da cultura. É importante ter em conta que, em função das condições climatéricas, pode ser necessário intervir mais tarde.

Para mais informações sobre a gestão integrada das doenças foliares, consultar: https://www.adama.com/spain/es/noticias/manejo-integrado-de-enfermedades-foliares-en-cereales

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