A empresa portuguesa de amêndoas e pistácios Treemond, que tem um terço das suas plantações em Espanha, acredita que a Península Ibérica poderia abastecer 20 a 25% do consumo europeu destes produtos. 80% deste mercado é abastecido pelos Estados Unidos.
A Treemond cultiva 5.000 hectares de amendoeiras na Península Ibérica.
“Oitenta por cento das amêndoas e pistácios consumidos na Europa vêm dos Estados Unidos e nós vamos realmente substituir a oferta americana pela produção que temos no Mediterrâneo”, afirmou em entrevista à EFE.
O responsável por esta empresa portuguesa, criada em 2020 por três famílias - duas delas espanholas e outra francesa, mas sediada em Espanha há algum tempo -, sublinha que “há procura destes produtos” devido às “suas extraordinárias propriedades nutricionais e de saúde”.
Estas famílias viram que a amêndoa e o pistácio são dois produtos do presente e do futuro e decidiram investir no arrendamento e compra de terras e na plantação destes frutos com sistemas de cultivo tecnicamente avançados.
A Treemond tem 6.000 hectares cultivados, dos quais 5.000 são de amêndoa e os restantes de pistácio, que era o seu objetivo inicial, embora estejam certos de que continuarão a crescer, segundo Colilles.
Especifica que mais de 60% destas plantações estão localizadas em Portugal, enquanto as restantes estão em Espanha, onde têm explorações na Extremadura e uma delas, dedicada ao pistácio, está localizada em Castela-La Mancha.
Com as suas árvores em crescimento, a primeira produção da Treemond no ano passado foi de 2 ou 3% do seu potencial, este ano foi de 6 ou 7%, em 2025 atingirá 15% e em três ou quatro anos espera atingir níveis consideráveis.
“Em Espanha há muita insegurança em toda a questão hidrológica, em Portugal as regras são mais claras, e é por isso que cultivamos mais em Portugal”, salienta, acrescentando que ‘para qualquer produto agrícola é mais fácil (desenvolver) em Portugal do que em Espanha’.
“Em Portugal as regras são claras, são muito restritivas e têm muita regulamentação, mas são claras; se as cumprirmos, temos uma licença”, salienta e acredita que, perante este panorama, é uma questão de tomar uma decisão sobre onde é mais interessante estar.
Enrique Colilles, que entrou para a Treemond há oito meses, é orador habitual em reuniões sobre o setor e defendeu recentemente em Málaga que a agricultura é rentável e benéfica para o ambiente contra aqueles que, segundo ele, querem fazer ver o contrário.
Este executivo chegou à nova empresa vindo da cooperativa malaguenha Trops, onde entrou quando esta estava falida e de onde saiu 26 anos depois como líder nacional na produção e comercialização de abacate e manga, com uma faturação de quase 180 milhões de euros.