Chaparro Agrícola e Industrial, S.L.
Informação profissional para a agricultura portuguesa

Entrevista a Paulo Ribeiro, diretor comercial da STET

“Estamos a desenvolver uma dinâmica própria na desmatação, criação de valor e produção de energia através de biomassa”

Gabriela Costa28/11/2024
Vamos ter mini-pás carregadoras mais eficientes e amigas do ambiente
A STET regista 60% a 70% em maquinaria nova, 20% em usada e 10% em aluguer, mas já está a preparar a sua frota para a tendência do aluguer, em 2025
Na preparação dos solos agrícolas utilizamos os tratores de rasto D6 e D8, com bastante produtividade e adequados a grandes áreas

O equipamento específico para gestão florestal faz o processamento da matéria-prima para utilização, por exemplo, para biomassa

A STET realizou o seu Open Day 2024 em outubro, na sua sede na Maia. A Agriterra acompanhou o encontro com clientes e colaboradores e, à conversa com Paulo Ribeiro, diretor comercial da representante da Caterpillar em Portugal, revela-lhe as novidades da empresa para o setor agrícola e florestal.

Paulo Ribeiro, diretor comercial da STET

Paulo Ribeiro, diretor comercial da STET.

Qual é o objetivo da STET ao ‘reativar’ este Open Day dedicado à partilha de conhecimento e inovação num formato lúdico?

O Open Day STET não é uma novidade, já realizámos o evento há alguns anos atrás e voltamos a fazê-lo porque efetivamente a empresa tem hoje uma visão muito mais global de criação de valor junto dos nossos parceiros, através da proximidade.

Na nossa atividade falamos de equipamentos, mas falamos acima de tudo de pessoas e, portanto, esta proximidade é fundamental. É um dia para esquecer um pouco o negócio e gerar relações com os profissionais da nossa área.

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E essa interação com as pessoas é feita com demonstrações ao vivo dos equipamentos e soluções da STET, jogos como circuitos e zona de testes e até a realização de um sorteio. Como resume a dinâmica deste dia especial na empresa?

Naturalmente, o negócio está sempre associado, mas a ideia principal é, sem dúvida, estarmos num momento lúdico, divertirmo-nos em conjunto e conhecermos um pouco mais os profissionais e também as suas famílias, que se juntam a este evento.

O sorteio realiza-se num tom de brincadeira, mas permite revelar a abrangência da oferta da STET, já que o vencedor irá participar num próximo evento que realizamos no Centro de Demonstrações da Caterpillar, em Málaga. Nesta visita terá oportunidade de conhecer e experimentar todos os equipamentos da Caterpillar. Este evento para parceiros no Centro de Demonstrações do grupo resulta numa montra muito grande que apresentamos, pelo menos, uma vez por ano.

Quantas pessoas reúnem neste Open Day STET 2024?

Estão presentes cerca de trezentas pessoas, entre clientes e colaboradores. Diria que cerca de 25% são colaboradores e 75% são clientes, incluindo as famílias, com muitas crianças. Em termos de operação propriamente dita, um terço dos participantes serão pessoas dedicadas e que trabalham no dia a dia com os equipamentos. Estão ainda presentes alguns parceiros das áreas de negócio de obras públicas, setor florestal e reciclagem.

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No setor agrícola as soluções que apresentam são essencialmente para a gestão florestal. O que é que destaca?

Sim, não temos equipamento específico ou dedicado à agricultura, como um trator, por exemplo. Temos sim, na preparação dos solos - por exemplo, para transformação de um olival numa produção de pera abacate, o que tem acontecido no sul de Portugal muito por conta dos apoios que existem - a utilização dos nossos tratores. Como são grandes áreas, carecem de equipamentos com bastante produtividade, nomeadamente os tratores de rasto D6 e D8, que são máquinas sobejamente conhecidas no mercado e que se aplicam também à preparação de solos.

Na reciclagem desenvolvemos uma área dedicada não só à floresta mas também à recuperação de aterros e de demolições, considerando que hoje em dia é quase obrigatório numa construção ter uma percentagem de material reciclado. Estes equipamentos transformam o betão da demolição e voltam a criar um agregado a partir da reutilização do material e, portanto, da sua reintegração na indústria.

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Refere-se por exemplo às soluções da Pronar de reciclagem e sustentabilidade, não é? Mas a marca tem também equipamentos para gestão florestal. Quais são as novidades neste setor?

Temos, sem dúvida, produtos dedicados e parceiros que estão ao nosso lado, muito devido aos incêndios que têm existido. A STET dispõe de muito equipamento que está a ser transformado para apoio à criação de espaços de circulação e à indústria florestal, para ajudar o combate a incêndios.

Disponibilizamos ainda escavadoras que são trabalhadas e desenvolvidas especificamente para a indústria florestal, e que podem ter vários acessórios para desmatação e para corte no local dos troços (cujas medidas standard têm de ser cumpridas) de forma quase autónoma. E depois temos alguns produtos associados para a carga desses elementos para fora da floresta e transporte para a indústria da biomassa, fundamentalmente.

O equipamento específico para gestão florestal, nomeadamente da Pronar, faz o processamento da matéria-prima para depois, por exemplo, utilização para biomassa. A Navigator é um dos nossos parceiros nessa vertente da floresta. Temos produtos específicos não só na Pronar mas em termos de escavadoras desenvolvidas especificamente para a área florestal, ou seja, com proteções dedicadas, no âmbito do nosso foco global na segurança.

Há mais alguma novidade que possa revelar nas soluções para gestão florestal?

Vamos ter no início do próximo ano uma reestruturação da indústria do segmento a que chamamos mini-pás carregadoras, que tem muita aceitação. São equipamentos que podem ser equipados com rastos ou com rodas. Normalmente para a indústria florestal e agricultura são de rasto. O resultado desta evolução serão equipamentos transformados, mais eficientes e amigos do ambiente, com menos emissões de gases com efeito de estufa. Não é que seja um produto novo, mas é uma reestruturação total, muito por conta do caminho que estamos a fazer na descarbonização.

Hoje em dia, grande parte das máquinas já têm cerca de 20% a 25% de produto reciclado na sua própria conceção. Aliamos isso à eficiência de produtividade e de baixo consumo, pois a descarbonização é, fundamentalmente, uma preocupação permanente que temos.

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Diria que as reestruturações que têm feito a nível de equipamentos têm foco nessa melhoria da eficiência energética e da sustentabilidade?

Sim, a pegada carbónica é uma preocupação não só da Caterpillar, mas também da STET. Enquanto representantes da Caterpillar estamos naturalmente associados à causa. Estamos também a transformar os nossos edifícios e a nossa mobilidade, que está cada vez mais elétrica.

Os edifícios são cada vez mais amigos do ambiente e a STET tem, neste momento, projetos de norte a sul do país para a transformação destes espaços, de forma faseada. Iniciámos em Beja um edifício novo, vamos remodelar totalmente as instalações em Lisboa e fazer uma remodelação profunda aqui na área da Maia. Temos novas instalações na Madeira e na zona Centro, com maior proximidade das pedreiras em Porto de Mós.

Está muita coisa a acontecer no nosso grupo, com investimentos em Portugal na ordem dos 20 milhões de euros só para restruturação de edifícios.

Têm em exposição neste Open Day equipamentos usados, novos e de aluguer. Que peso é que atribui a cada um destes segmentos na vossa atividade no setor agrícola e florestal?

A STET adota uma abordagem que intitula como RUN - Rental, Used and New. Partimos para todos os projetos com esta abordagem porque precisamos entender muito detalhadamente as necessidades do cliente e aquilo que podemos aportar com maior valor. Em termos de peso na atividade, diria que a empresa regista 60% a 70% em maquinaria nova, 20% em usada e 10% em aluguer. Contudo, a transformação no sentido do aluguer vai acontecer, naturalmente, no próximo ano, muito por conta dos projetos em infraestruturas, fundamentalmente, que estão a acontecer e que são bastante estruturais para o país. Não é tanto o caso na área agrícola, infelizmente. Mas acreditamos que a tendência nos próximos anos vai evoluir para a vertente de aluguer. Trata-se de projetos com datas de término antecipadamente indicadas e, portanto, as empresas e os gestores, naturalmente, tendem a alugar o equipamento. Neste contexto, já estamos a preparar a nossa frota e a nossa abordagem muito mais no sentido do aluguer do que propriamente para a venda, pura e dura, de equipamentos.
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Na sua perspetiva essa tendência global para o aluguer de equipamentos vai acabar por impor-se na maquinaria agrícola e florestal?

Na gestão florestal estamos atualmente a desenvolver com um dos maiores players do mercado uma dinâmica própria através da triangulação entre o fornecimento, esse próprio player e os seus prestadores de serviços. Não lhe posso adiantar ainda o nome, mas é algo que vai acontecer no próximo ano. Estou a falar da preparação do mercado e de uma abordagem muito distinta do que tem acontecido até à data na desmatação, na criação de valor e na utilização da matéria-prima para a produção de energia através de biomassa. Esta vai ser uma abordagem detalhada que vai acontecer muito em breve, em conjunto com um importante player do setor da floresta.

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