A segunda fase do projeto Rede de Guardiãs da Natureza e Desenvolvimento Sustentável do Mundo Rural está prestes a começar. A iniciativa é promovida pela Associação para a Produção e Consumo Sustentável e a Economia Circular (Business as Nature). O objetivo é promover o envolvimento e a capacitação de mulheres como guardiãs da natureza e defensoras da sustentabilidade do mundo rural e litoral, além de as incentivar a desenvolver os seus próprios negócios ou atividade profissional nas sete áreas protegidas que integram este projeto.
Áreas que integram o projeto:
A primeira fase do projeto envolveu mais de 500 mulheres, capacitou mais de uma centena de candidatas e permitiu que cerca de 90 conseguissem dar seguimento a um negócio nos territórios de intervenção que integram o projeto, explicam os promotores. Segue-se agora a segunda fase, que irá ajudar estas guardiãs a consolidar o planeamento dos seus negócios, por um lado, e reforçar o trabalho em rede, por outro lado, através da partilha de conhecimento, competências e recursos, de forma a potenciar o projeto de cada uma.
“Projetos que incentivam o uso de produtos endógenos, como o trigo barbela, ou a recuperação de viveiros inativos na Serra da Estrela para proteger espécies nativas são exemplos inspiradores criados a propósito deste projeto. Estes, e muitos outros, estão a demonstrar às populações locais, no dia a dia, a importância real da proteção ambiental para o desenvolvimento sustentável do mundo rural e litoral”, explica Susana Viseu, fundadora da Business as Nature.
A segunda fase “será fundamental para que as guardiãs consolidem o planeamento dos seus projetos, para que os possam apresentar futuramente a potenciais financiadores ou parceiros. Não queremos que estes projetos fiquem no papel. Queremos que passem à ação e que o façam de uma forma sustentada e em rede, pois desta forma conseguirão apresentar uma evolução mais rápida”, acrescenta.
A iniciativa conta com o apoio do Crédito Agrícola e permitirá concretizar um conjunto de ações para apoiar a estruturação dos projetos de intervenção das guardiãs, como a realização de quatro bootcamps, quatro masterclasses, a criação de uma bolsa de mentores e a realização de encontros de apresentação a potenciais parceiros e/ou financiadores. Nesta segunda fase serão ainda criadas iniciativas locais, uma bolsa de voluntariado e um Encontro Nacional de Guardiãs.
O projeto arrancou em junho de 2023 e contou com o apoio do Fundo Ambiental e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a que se junta nesta segunda fase o Crédito Agrícola e a Transtejo Soflusa.