As associações europeias do setor das águas congratulam-se pela inclusão da Estratégia de Resiliência Hídrica que passou a ser uma prioridade máxima no contexto da UE, dada a relevância que o abastecimento e a gestão da água têm vindo a ganhar no espaço europeu, como reflexo das alterações climáticas e da necessidade de modernização e do consumo racional e eficiente da água, anunciou a Federação Nacional de Regantes de Portugal (Fenareg) na sequência da reunião anual da European Union of Water Management Associations (EUWMA), em Évora.
Os responsáveis das várias associações que compõem a EUWMA decidiram também levar a Bruxelas uma estratégia comum que influencie as políticas europeias em torno das questões da quantidade e da gestão da água, e consideram que é preciso desenvolver uma ação urgente e uma estratégia a longo prazo para a água na UE que assegure o futuro das regiões e das suas populações.
Segundo José Núncio, presidente da Fenareg, que assumiu a presidência da EUWMA na reunião de Évora “este é o momento em que temos de passar das palavras aos atos, relativamente à forma como a água é captada, transportada, armazenada e gerida, permitindo que o regadio se torne mais sustentável e capaz de responder às necessidades criadas pelas alterações climáticas".
Todas as associações consideraram de extrema importância que a Estratégia de Resiliência Hídrica da UE tenha voltado a ser colocada na agenda estratégica 2024-2029 pela presidente da Comissão Europeia, "mas temos de dar prioridade à luta contra secas e inundações para salvaguardarmos o nosso futuro e o da água. Este é um assunto que não pode ser adiado e que requer uma ação urgente e imediata, ancorada numa estratégia de longo prazo e que seja concertada entre todos os países. A água, tal como defendido tanto pelo nosso ministro da Agricultura e Pescas, como também pela nossa ministra do Ambiente, tem de ser uma prioridade política, estratégica e financeira para a UE. Dela depende a segurança alimentar na Europa, bem como a competitividade, e a coesão social e territorial. Nesse sentido, a EUWMA irá defender em Bruxelas uma estratégia comum que influencie as políticas europeias em torno das questões da quantidade e da gestão da água e que contribua para dar a este tema o protagonismo de agenda que todos precisamos que tenha.”
“O desafio da água, será provavelmente o maior do nosso século e passa por uma transformação profunda que já está em curso, que exige inovação contínua, conhecimento, tecnologia, mas também vontade política e financiamento que terá de ser também europeu e que não pode vir exclusivamente da PAC, que tem um outro objetivo que não podemos perder de vista (produzir alimentos em quantidade suficiente, que tenham qualidade e preços acessíveis, assegurando em todo o processo que se cumprem as melhores práticas e os mais elevados padrões ambientais). Para sermos bem-sucedidos no desígnio europeu de uma gestão eficiente e circular da água, é imperativo mobilizar regiões, instituições supranacionais, países, governos, associações setoriais, utilizadores, agricultores e regantes, num esforço conjunto de mudança que terá de ser transversal, até porque dele dependerá largamente a sobrevivência da própria humanidade, ” concluiu aquele responsável.
José Núncio, presidente da FENAREG (esquerda) e Massimo Gargano, presidente da Associazione Nazionale Bonifiche Irrigazioni de (ANBI)
A FENAREG assumiu a presidência da European Union of Water Management Associations (EUWMA) para o período de 2024/2025. A passagem da presidência europeia para Portugal que teve lugar durante a reunião anual da EUWMA entre 8 e 10 de setembro, em Évora.
A FENAREG elegeu como tema da sua presidência na EUWMA "a Gestão e o Armazenamento da Água".