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Vinny junta 19 parceiros de 10 países e conta com oito milhões de euros da União Europeia

Universidade do Minho lidera projeto europeu para reduzir 50% dos químicos na viticultura

03/09/2024

Um projeto europeu coordenado pela Universidade do Minho pretende criar nanobiopesticidas e nanobiofertilizantes para combater pragas na viticultura, protegendo o ambiente, aumentando a produção, reduzindo custos e enfrentando as alterações climáticas.

Margarida M. Fernandes, do Centro de Sistemas Microelectromecânicos (CMEMS) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho...
Margarida M. Fernandes, do Centro de Sistemas Microelectromecânicos (CMEMS) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho.

O projeto europeu Advanced nano encapsulation of bio-based pesticides and fertilisers for a circular and sustainable viticulture (Vinny) junta 19 parceiros de dez países e conta nos próximos quatro anos com direto a 8,3 milhões de euros do programa Horizonte Europa. O projeto é coordenado pela Universidade do Minho pretende criar “nanobiopesticidas e nanobiofertilizantes para combater pragas na viticultura, protegendo o ambiente, aumentando a produção, reduzindo custos e enfrentando as alterações climáticas”.

A União Europeia é a maior produtora mundial de vinho e procura assim apostar na produção ecológica e economicamente sustentável a partir do know-how português.

A reunião inicial do Vinny teve lugar no Porto e no Douro vinhateiro, num campo experimental da Quinta do Pôpa. Passar da viticultura intensiva para a sustentável à escala global e cortar em 50% os agroquímicos no setor estão entre os principais objetivos do consórcio liderado por Margarida M. Fernandes, do Centro de Sistemas Microelectromecânicos (CMEMS) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho.

“Vamos estudar os microbiomas de vinhas de Portugal, Espanha, Áustria e Dinamarca para formar cocktails potentes com perfis antifúngicos e fitofarmacêuticos que, por via da nanoencapsulação e estimulação, serão mais estáveis e eficazes. Vamos também criar biofertilizantes com nitrogénio, fósforo e potássio baseados em subprodutos da indústria da carne e do tratamento de águas residuais”, explica. O projeto vai propor ainda agrotêxteis impregnados com aqueles nanobiofertilizantes, além de testes à eficiência, eficácia e segurança em laboratório, em áreas-piloto e no campo.

Espera-se que o Vinny origine vários projetos em copromoção com empresas e associações. O projeto abarca igualmente uma vertente social, ao estabelecer a ‘Rede Europeia das Vinhas’ constituída por três Living Labs (laboratórios vivos) e uma Lighthouse (sede) para disseminar práticas sustentáveis junto dos agricultores e das entidades da área, impulsionando assim a inovação e a sustentabilidade no setor primário.

A nível nacional, o consórcio conta com o CMEMS (a que se alia o Centro de Engenharia Biológica, no âmbito do laboratório associado LABBELS), o Centro de Biologia Molecular e Ambiental, todos da Universidade do Minho, bem como o Cluster da Vinha e do Vinho (ADVID), a associação InnovPlantProtect e a agência de comunicação LKCOM. A nível europeu estão envolvidas cinco universidades, onze empresas e três associações de dez países.

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