Produz 11 mil unidades por ano de 75 a 445 cv

A CLAAS mostra em detalhe a fábrica de Le Mans (França), demonstrando que a sua estratégia de crescimento global coloca uma ênfase especial no segmento dos tratores.

Existem poucos lugares como Le Mans que simbolizem melhor o propósito da CLAAS de pisar no acelerador no mercado dos tratores. Nesta cidade francesa, desfruta do que conhece como “a fábrica do futuro”, uma das principais instalações do grupo alemão desde a aquisição da Renault Agriculture, em 2003. Desde então, os investimentos nela, somados aos do centro de desenvolvimento de Vélizy e do centro de testes e validação de Trangé, ascendem a cerca de 80 milhões de euros.

21 hectares dedicados à Engenharia, Qualidade, Recursos Humanos, Contabilidade, Documentação... e uma única linha de montagem com capacidade para 60 unidades por dia (75-445 cv), para um total anual de cerca de 11 mil unidades. 75% destina-se à exportação.

Num cenário em que a conetividade entre todos os departamentos desempenha um papel decisivo, muitos processos complexos foram redesenhados, especialmente no campo da logística interna e, através do recurso à mais recente tecnologia de realidade virtual, foi possível rever digitalmente todos os processos.

Animações 3D e óculos de realidade virtual possibilitaram simular eventuais cenários para mostrar todas as etapas da montagem, desde o chassis inicial até ao trator acabado e testado. Este método ajudou a identificar potenciais mudanças estruturais necessárias numa fase inicial.

Ter uma única linha de montagem é possível graças à enorme flexibilidade demonstrada pela fábrica. Cada unidade tem aproximadamente 2 mil peças e cada modelo, independentemente da gama a que pertence, tem o seu próprio nível de personalização.

Em Le Mans, além de certos modelos da gama AXOS destinados a países com níveis de emissões inferiores aos europeus, são produzidas as seguintes séries de tratores:

AXION 960-920 (445-325 cv)

AXION 870-800 (295-205 cv)

ARION 660-510 (205-125 cv)

ARION 470-410 (155-85 cv)

Nestas duas décadas, do emblemático cor de laranja Renault até ao verde CLAAS, “a evolução do produto tem sido muito grande, especialmente na arquitetura do trator”, afirma o vice-presidente, Etienne Bourasseau. Isto deve-se, na sua opinião, à “procura por máquinas mais potentes, com maior conteúdo tecnológico, que lhes permitam ser mais eficientes e sustentáveis”.

Tudo isso, assinala o diretor, "é um cenário em que há cada vez menos agricultores e em que são mais profissionais", o que dá à automatização grandes possibilidades para o futuro, “mas não apenas um trator sem condutor, mas um conceito de controlo do equipamento conectado”, afirmaram Alexandre Lanson, vice-presidente global de qualidade, e Christelle Cugniere, vice-presidente de tratores médios.

Durante a visita à fábrica de Le Mans, destaca-se a coordenação entre as numerosas equipas espalhadas pela extensa linha de montagem, algo muito meritório, dado que elementos-chave no processo inicial, como o motor (de vários fornecedores) ou a transmissão (Powershift de Beauvais, França, ou as CVT de Paderborn, Alemanha) vêm do exterior.

A evolução contínua manifesta-se não apenas na disponibilidade de novas ferramentas inovadoras, mas também nos processos produtivos em busca de maior eficiência. Os 1.100 funcionários de Le Mans, 18% mulheres, muitas também na linha de montagem, realizam seu trabalho num ambiente confortável e seguro.

A produção deu um salto qualitativo importante com a introdução de 40 veículos de condução automática (AGV), que transportam todos os tipos de materiais, até 20 toneladas, pelas estações de montagem. No ano passado, a área especializada em cabinas foi substancialmente modernizada para agilizar a produção e ajustá-la às necessidades muito variadas de cada mercado internacional.

Um ambiente produtivo desta magnitude deve evoluir respeitando sempre os critérios ambientais estabelecidos. A sustentabilidade desempenha um papel decisivo em Le Mans e prova disso é a ligação à rede de aquecimento urbano da cidade e a utilização de combustível de óleo vegetal tratado com hidrogénio (HVO) para reduzir a pegada de carbono.

“Todos os dias encontramos algo novo na fábrica”, diz Neil Pantlin, outro responsável importante da fábrica de Le Mans. “A CLAAS dedica entre 8 e 10% das vendas à I&D e isso nota-se no nosso trabalho.”

Este ano, são lançados um hub específico para equipas de desenvolvimento de produtos, um armazém robótico para peças pequenas, com 20 m de altura e um pequeno centro de formação (DOJO), onde a linha de montagem é reproduzida em pequena escala.

França é o principal mercado da CLAAS, com um terço das vendas. Goza de uma forte presença com uma rede de distribuição composta por cerca de 80 concessionários. Além disso, a nível produtivo, também tem uma presença muito notável, com 2.600 funcionários distribuídos nas seguintes instalações:

• CLAAS Tractor SAS: Abrange a fábrica de tratores de Le Mans, o centro de desenvolvimento de Vélizy, perto de Paris, e o centro de testes e validação de Trangé. No total, conta com 1.100 funcionários.
• Usines CLAAS France: Em Woippy (Metz), fabrica equipamentos de embalagem desde 1958. 350 funcionários.
• CLAAS France: Em 2021, em Ymeray, inaugurou um complexo multifuncional com salas de exposições, formação, gestão administrativa e plataforma logística. 200 funcionários.
• Gima: Joint venture com a AGCO em Beauvais para transmissões Powershift. 900 funcionários.

Papel de liderança de CLAAS nas 24 Horas de Le Mans

A CLAAS teve a gentileza de convidar um grupo de representantes da comunicação social técnica espanhola e portuguesa para Le Mans apenas alguns dias antes da celebração da lendária corrida (de 12 a 16 de junho de 2024; corrida principal em 15/16 de junho). Com os seus fortes laços com a cidade e com o Automobile Club de l'Ouest (ACO), organizador da corrida de resistência mais importante do mundo, a CLAAS foi escolhida como fornecedora de soluções para a segurança no próprio circuito.

Mostraram-se preparados para suportar 22 manipuladores telescópicos SCORPION, com combustível de óleo vegetal tratado com hidrogénio (HVO) para limitar o impacto de carbono dentro da pista.