Cerca de 98% do azeite português é classificado com Virgem ou Virgem Extra, o que faz de Portugal o produtor de azeite de melhor qualidade. As conclusões são da mais recente atualização do estudo “Olivicultura: O motor da (r)evolução agrícola nacional”, desenvolvido pelo consórcio Consulai e pela Juan Vilar Consultores Estratégicos, para a Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal (Olivum).
Esta é a primeira atualização do estudo desde 2019 e revela ainda que Portugal será o terceiro maior produtor de azeite do mundo, dentro de aproximadamente dois anos. A Olivum assinala que “ao longo das últimas quatro campanhas, o aumento de produtividade nacional foi muito superior à dos outros principais países produtores, o que permitiu uma evolução do 9.º para o 6.º maior produtor.
Os aumentos da qualidade e quantidade de azeite português devem-se, em grande medida, ao grande investimento industrial em tecnologia nos lagares nacionais, ao longo das últimas décadas. Esta evolução levou a que a produção de azeitona em Portugal tenha aumentado mais de 250% entre 2011 e 2021, e permitiu triplicar a produtividade média dos olivais em 20 anos, resultado da introdução de novas técnicas de produção, como o regadio, que conduziram a uma maior rentabilidade da azeitona.
“Portugal é hoje um dos líderes internacionais nesta indústria: tem oito dos dez lagares do mundo que processam um maior volume de azeitona e três dos cinco lagares mais avançados em termos tecnológicos. Estes resultados são fruto do nosso compromisso com a inovação e modernização que, aliadas à valorização e proteção da biodiversidade e adoção de boas práticas sustentáveis, nos têm colocado numa posição de liderança a nível mundial”, destaca Susana Sassetti, diretora-executiva da Olivum.
O estudo revela ainda que a adoção de boas práticas tem também impacto significativo na sustentabilidade. Alguns exemplos disso incluem o aumento de captura de CO2 pelos olivais, a introdução de coberto vegetal nas entrelinhas, o que melhora a biodiversidade e a qualidade do solo, e a eficiência hídrica de culturas de olival de regadio, uma das grandes preocupações dos olivicultores, a par da aplicação de fitofármacos.