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Interpera em Portugal teve a maior participação de sempre

Condições climatéricas prejudicam próxima produção europeia de pera

05/07/2024
As condições climatéricas instáveis estão a afetar a produção de pera na Europa. A produção de pera rocha está abaixo do normal, mas ainda assim pode aumentar 15% em relação a 2023. O tema foi debatido no evento internacional Interpera, organizado este ano em Portugal.
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O Interpera revelou os primeiros números e tendências para a colheita de peras de 2024 na Europa, “sendo claro um declínio para a próxima época de produção, fruto de condições climatéricas instáveis, afetando maioritariamente a Bélgica, a Espanha e os Países Baixos”, avança a organização do encontro em comunicado.

Por seu lado, França, Itália e Portugal recuperam a produção face ao ano anterior, “com a produção nacional de pera rocha a continuar longe do seu potencial médio de produção, ficando cerca de 35% abaixo de um ano normal, apesar de se estimar que possa aumentar em cerca de 15% em relação ao ano passado, alcançando as 123.000 toneladas”.

O Interpera, maior evento internacional dedicado ao debate sobre a pera, segundo a organização, teve lugar na região Oeste, em Portugal, nos dias 26 e 27 de junho. O encontro teve a maior participação desde a sua criação em 2008, com 200 produtores, investigadores e empresas nacionais e internacionais do setor. Estiveram presente especialistas de cerca de uma dezena de países, incluindo Portugal, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Itália, Suíça, Argentina e Estados Unidos. Ao longo destes dois dias foram debatidos desafios e oportunidades transversais a todos os mercados presentes. O encontro foi organizado pela Assembly of European Horticultural Regions (AREFLH), em colaboração com a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).

Jean-Louis Moulon, Jose Manuel Fernandes, Filipe Daniel e Filipe Ribeiro após a assinatura do memorando de entendimento Foto...

Jean-Louis Moulon, Jose Manuel Fernandes, Filipe Daniel e Filipe Ribeiro após a assinatura do memorando de entendimento  Foto: ANP

O evento ficou ainda marcado pela assinatura do Memorando de Entendimento entre a ANP e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) que visa a cooperação entre investigadores e produtores para adaptar a pera rocha aos desafios do futuro, nomeadamente a resistência a doenças e a adaptação às alterações climáticas, mantendo todas as suas características distintivas.

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, encerrou o congresso no Auditório Praça da Criatividade em Óbidos com uma mensagem de apelo à entreajuda entre todos os profissionais para enfrentar os desafios do setor e realçou a necessidade de valorizar e defender o produto Pera Rocha que é, em si, parte de Portugal e uma mais-valia ligada ao nosso território.

“É fundamental apostar na investigação para combater pragas, enfrentar as alterações climáticas, melhorar a organização comercial do setor e continuar a apoiar a valorização da Pera Rocha do Oeste no mercado interno e externo”, referiu o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.

Portugal destaca-se como um dos principais produtores de pera na Europa, especialmente a variedade Pera Rocha, um símbolo da região do Oeste, cujas exportações têm gerado receitas anuais na ordem dos 85 milhões de euros, refletindo a crescente procura internacional pela Pera Rocha. Em 2022/2023, a Pera Rocha nacional foi exportada para 20 países, com três destinos principais a ocuparem o pódio: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).

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