Joel Vasconcelos, diretor-geral da Lusomorango, e Álvaro Mendonça Moura, presidente da CAP, durante a visita a Odemira
A Organização de Produtores de Pequenos Frutos (Lusomorango) recebeu em Odemira uma comitiva da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) liderada pelo presidente, Álvaro Mendonça e Moura.
O dia de trabalho incluiu visitas técnicas a produtores e a Instalações de Alojamento Temporário Amovíveis (IATA). A Lusomorango aproveitou a ocasião para dar a conhecer à CAP os desafios e oportunidades do território, em particular no que concerne à gestão da água para a agricultura e ao acolhimento e integração dos trabalhadores migrantes na região.
A visita da CAP incluiu uma visita ao Centro de Investigação para a Sustentabilidade, uma iniciativa conjunta da Lusomorango com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), a Driscoll’s e a Maravilha Farms .
Este é um local onde se produz conhecimento para o setor agrícola através do desenvolvimento de soluções inovadoras que permitam produzir de forma sustentável, em quantidade suficiente, e com menos recursos. Entre outras linhas de investigação, o Centro de Investigação para a Sustentabilidade dedica-se ao estudo e avaliação do desempenho das plantas em condições específicas de disponibilidade de água.
A CAP visitou a Maravilha Farms, na Quinta da Bica, onde os participantes ficaram a conhecer a produção desenvolvida, assim como as Instalações de Alojamento Temporário Amovíveis (IATA) inauguradas recentemente e que garantem hoje alojamento digno e de qualidade a cerca de duas centenas de pessoas.
Evidenciando o carater vital que os trabalhadores migrantes assumem para a o presente e futuro do setor agrícola e demais atividades económicas em Portugal, Álvaro Mendonça Moura, presidente da CAP, defende que “ser a favor de uma imigração controlada é ser a favor do desenvolvimento do país. A mão de obra estrangeira contribui fortemente para a sustentabilidade económica e social portuguesa e assume particular importância em setores como a agricultura em todo o país e Odemira não é exceção. Por isso, precisamos, todos juntos, inclusivamente em sede de Concertação Social, de defender os trabalhadores migrantes, garantir-lhes condições dignas de trabalho e habitação e que sejam devidamente integrados nas comunidades. Hoje testemunhei como a investigação, a inovação e a ciência são ingredientes essenciais para a receita do desenvolvimento sustentável. Investir na boa gestão do recurso água e na qualificação das infraestruturas de captação, armazenamento e distribuição são cruciais para o crescimento do setor agrícola e das nossas exportações e para a coesão territorial.”
Joel Vasconcelos, diretor-geral da Lusomorango, realça que “no Sudoeste Alentejano, a seca prolongada e a pouca água disponível tem condicionado, nos últimos anos, o crescimento de área produtiva e criado limitações no fornecimento de água para a maior parte dos produtores agrícolas”. Em 2024, a previsão de que as condições de utilização de água sejam igualmente exigentes às da campanha do último ano reiteram a necessidade urgente de realizar as intervenções que são fundamentais para a sustentabilidade da principal atividade económica da região, uma preocupação partilhada pela CAP à qual muito agradecemos esta visita”, conclui.
O dia incluiu a visita ao campo de produção e à unidade industrial de embalamento da Vitacress, uma empresa de referência da região, que apresentou a sua política de sustentabilidade e responsabilidade social da empresa, bem como os principais eixos de atividade que desenvolve nestes domínios.