Informação profissional para a agricultura portuguesa
Neutralidade carbónica

O impacto da inovação tecnológica na floresta em Portugal

Nuno Esteves Bento, técnico superior de Engenharia Florestal na Fravizel

30/05/2024

Os avanços tecnológicos podem ser aliados na procura por soluções sustentáveis para a descarbonização

É necessário efetuar um esforço para reflorestar, preservar a biodiversidade e desenvolver tecnologia, o que obriga a floresta a assumir um papel central na sociedade. E uma nova revolução já está em curso: a Indústria 5.0., focada na sociedade, eficiência e produtividade.

Alcançar a neutralidade carbónica em Portugal implica a redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) em 90% até 2025 (na indústria) e a compensação das restantes emissões através do sequestro de 13MtCO2e/ano[1] nos usos do solo. As florestas sustentáveis desempenham um papel crucial para atingir a neutralidade carbónica da economia portuguesa, através da mitigação das emissões de GEE e na regulação do clima. Para isso é necessário efetuar um esforço para reflorestar, preservar a biodiversidade e desenvolver tecnologia, o que obriga a floresta a assumir um papel central na sociedade.

Figura 1
Figura 1

É notória a existência de uma interconexão entre a proteção ambiental, em particular na regulação do clima, com o desenvolvimento económico e o bem-estar pessoal. Os avanços tecnológicos podem ser os aliados na procura por soluções sustentáveis para a descarbonização. Empresas e setores prosseguem na adoção de tendências de Indústria 4.0 - a quarta revolução industrial, impulsionada pelos avanços na tecnologia da informação, que engloba a automação, robotização e digitalização. No entanto, mesmo que o tecido empresarial ainda não a tenha implementado totalmente, uma nova revolução já está em curso: a Indústria 5.0., focada na sociedade, eficiência e produtividade.

Figura 2 (Fonte: Fravizel 2024)
Figura 2 (Fonte: Fravizel 2024)

O compromisso assumido pela Fravizel é o espelho do desenvolvimento sustentável nas vertentes ambientais, sociais e de transparência. Promove o progresso técnico ao produzir soluções disruptivas para o setor florestal, que incorporam ferramentas de automação, robotização e digitalização (Indústria 4.0), com o objetivo de produzir Mais com Menos e em “Facilitar o seu Trabalho” (Indústria 5.0).

Tem otimizado os processos produtivos, como também, tem refletido essa aprendizagem na tecnologia que desenvolve e comercializa, apresentando soluções que para lá de melhorar a produtividade do trabalho, diminuem significativamente o impacto ambiental das operações sobre os ecossistemas, em particular na emissão de CO2. Além disso, ao adotar energias limpas, contribui para a descarbonização e para a construção de uma economia neutra em carbono.

Um exemplo deste compromisso é o Riper Amontoador (ARG) que promove uma mobilização parcial e não intensiva do solo e conjuga quatro operações em simultâneo. Na mesma operação grada, ripa, aduba e constrói cômoro, o que para além de rendimento de trabalho superior, garante a melhoria de um conjunto de fatores de natureza física, química e biológica do solo, contribuindo para uma menor libertação de CO2 armazenado no solo.

O sistema digital potência a recolha de dados, o que promove uma maior eficiência na gestão das operações de manutenção dos povoamentos florestais e auxilia na tomada de decisão.

O aumento do rendimento trabalho permite ao operador uma maior flexibilidade e consequentemente melhor qualidade de vida.

A nossa linha florestal, como demonstrado na figura 1, vai desde o rachador EASY ao Riper Amontoador ao Enxadão, com otimizações no aumento de produtividade de 35 a 65% e diminuições de reduções de CO2 de 126 a 503 KgCO2/ha.

A Fravizel está focada em Fazer Acontecer ao adotar práticas ambientais e tecnológicas inovadoras, com o objetivo de contribuir para alcançar uma economia neutra em carbono e garantir um futuro mais sustentável. 

Deste compromisso dispomos de tecnologia para operar em todas as fases da revolução florestal, desde a limpeza, preparação de terrenos e plantação, até à movimentação de material lenhoso, passando pela manutenção e corte de povoamentos florestais (figura 2).

(1) Fonte: Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, República Portuguesa, Fundo Ambiental, Agência Portuguesa do Ambiente.

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