Projeto NEP pretende criar procedimentos internacionais
que permitam às entidades distinguir produtos com “baixa pegada de azoto”
Vinho NEP contribui para baixar pegada de azoto
Da responsabilidade do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), o projeto intervém nas regiões de Viseu, Évora e Montemor-o-Novo (uva), bem como Benavente, Azambuja e Salvaterra de Magos (tomate indústria).
O azoto constitui 78% do ar que respiramos, como gás inerte não reativo. Mas só os compostos reativos é que podem ser absorvidos pelas plantas. Como também se perdem para o ambiente, há que encontrar soluções inovadoras para produzir uva e tomate com a menor pegada de azoto possível. Ao mesmo tempo, há que criar um efeito demonstrador, na organização das práticas agrícolas, que vise a utilização do azoto num compromisso entre a produtividade e a sustentabilidade ambiental.
Produção agrícola de baixa pegada de azoto
Através do projeto NEP, a produção agrícola de baixa pegada de azoto será uma aposta para a resolução do problema do excesso deste nutriente, o que abre a oportunidade para criar novos produtos na ótica da uva e do tomate.
Em Portugal, é importante garantir a qualidade da água, do solo e da atmosfera e a mitigação das perdas de azoto das práticas agrícolas convencionais. Durante o projeto NEP, está a desenvolver-se uma ferramenta de cálculo da pegada de azoto para estes dois produtos agrícolas.
“Desde o início do século XX que a produção industrial de adubos minerais azotados permitiu alimentar a população mundial. No entanto, essa produção tem causado mudanças sem precedentes no ciclo do azoto, devido à baixa eficiência do seu uso e à acumulação de azoto reativo no ambiente”, diz Cláudia Marques dos Santos, professora do ISA e coordenadora do projeto NEP nesta universidade.
“O excesso de transformação industrial do azoto atmosférico não-reativo, em todos os outros compostos de azoto reativo, ameaça a qualidade do ar, da água e do solo e produz mudanças na biodiversidade e nos ecossistemas. Apesar de, atualmente, o azoto reativo que se perde para o ambiente ter ultrapassado a capacidade de assimilação na natureza, ainda é possível reverter a situação. Este projeto contribui para este objetivo.”
As atividades agropecuárias contribuem para a emissão de amoníaco para a atmosfera, consequentes chuvas ácidas, acidificação dos solos, perda de biodiversidade e o declínio da qualidade da água. Por isso, surge a necessidade de consciencialização - através da criação do conceito de Pegada do Azoto - para que se consiga medir o impacto de cada atividade no enriquecimento do ambiente com azoto reativo.
O Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA) conduz o projeto NEP em colaboração com sete organizações parceiras beneficiárias, que apoiam na sua execução:
- Benagro - Cooperativa Agrícola de Benavente
- CCTI - Centro de Competências para o Tomate Indústria
- FEA - Fundação Eugénio de Almeida
- Lusovini Distribuição
- Reguenguinho - Sociedade Agrícola
- Sociedade Agro - Pecuária do Vale da Adega