A 6 de dezembro, produtores de azeitona e de azeite, juntamente com a Olivum - Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, reuniram-se com a Universidade de Évora, para validar a primeira versão do referencial a ser produzido no âmbito do projeto, assegurando assim uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas credível e adaptada à realidade em simultâneo.
O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Olivum, arrancou em abril, com o objetivo de reconhecer, reforçar e valorizar o desempenho ambiental, social, económico e cultural do setor olivícola.
Numa fase inicial o PSAA reuniu um conjunto de produtores piloto interessados em participar no desenvolvimento do referencial, contribuindo com a visão pragmática de quem está no terreno. Com o grupo de produtores formalizado, o projeto partiu para a dinamização de sessões de debate, nas quais foram expressas e analisadas um conjunto de questões e preocupações prementes associadas à produção olivícola, que efetivaram as áreas de intervenção estruturantes do referencial.
Com as áreas de intervenção legitimadas, a Universidade de Évora, na qualidade de entidade parceira do projeto, atribui-lhes um conjunto de critérios de avaliação. Cada critério permite a classificação do produtor de acordo com quatro níveis de sustentabilidade – pré-inicial, inicial, intermédio e desenvolvido – classificação essa, que depende do cumprimento, ou do não cumprimento, de um dado número de boas práticas atribuídas a cada um dos patamares.
Após a identificação dos critérios e do seu nivelamento, o PSAA avançou para validação dos mesmos junto dos produtores piloto.
Na passada terça-feira, dia 6 de dezembro, os produtores piloto reuniram-se com a equipa do projeto (Olivume Universidade de Évora), no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora, para debaterem os critérios e os níveis propostos para o referencial, com o intuito de ajustar aquilo que se pretende uma ferramenta exigente e ambiciosa, mas simultaneamente credível e adaptada à realidade. Os produtores piloto foram convidados a fazer uma leitura prévia dos critérios e níveis propostos e consequente autoavaliação, permitindo uma discussão rica e pertinente. Durante a sessão, que teve uma duração de dez horas, foram debatidas as seguintes áreas de intervenção: recursos humanos, gestão da água, eficiência energética, gestão de resíduos e de excedentes, gestão de doenças e pragas e gestão de solos.
A reunião permitiu uma discussão aprofundada e muito participada, garantindo critérios de avaliação ambiciosos e de referência internacional para uma produção olivícola sustentável.
A sessão efetivou mais uma vez os valores do PSAA, a cooperação, traduzida na abordagem de co-criação, a transparência, através do contributo de cada produtor, e a credibilidade, na exigência e no rigor desejados para o programa.
Com a validação das áreas de intervenção primária, o PSAA continuará o seu trabalho com a conclusão e validação das áreas de intervenção secundária e com a ponderação de cada critério. Depois de concluído, o referencial será introduzido numa aplicação digital, para que cada produtor faça a autoavaliação, ficando a conhecer o seu desempenho de sustentabilidade e plano de melhoria contínua.