'Alfarroba e amêndoa, produção biológica'. Este foi o tema do seminário que decorreu na tarde de 14 de novembro, no auditório da Direção Regional de Agricultura do Algarve (DRAP Algarve), em Faro.
O seminário antecedeu o III Simpósio Nacional de Frutos Secos, uma organização da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP) e do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS Associação CNCFS), que se realiza no mesmo local (DRAP Algarve) de 14 a 16 de novembro, e do qual a revista Agriterra é media partner principal.
Albino Bento, Presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), deu o mote da sessão, salientando a importância do debate to tema no atual contexto da agricultura portuguesa, dos seus desafios e dificuldades.
Pedro José Correia, da Universidade do Algarve (UAlg/AIDA), fez uma breve caraterização da alfarrobeira em modo de produção biológica. Começou por dar alguns dados sobre a cultura, informando que em 2019, a superfície de alfarrobeiras, amendoeiras, castanheiros e nogueiras no Algarve rondava os 13584 ha, abrangendo um total de 8084 explorações. No mesmo ano, mas no Alentejo, havia 59 explorações e um total de 854 ha ocupados. O especialista considerou que em termos de área produtiva de Modo de Produção Biológico (MPB), grande parte dela, poderia ser certificada, sendo que a informação relativa ao efeito das práticas de MPB “é escassa”.
Todavia, há constrangimentos: a complexidade no processamento do fruto, pouca informação técnica de suporte e fraca adesão dos produtores ao processo de certificação.
O especialista deu ainda alguns casos práticos e abordou, de forma sucinta, as pragas e doenças que afetam a cultura.
Seguiu-se M. Ângelo Rodrigues, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que abordou a gestão da fertilidade do solo em amendoal biológico.
‘Gestão das principais doenças do amendoal na produção biológica’. Este foi o tema da comunicação de Laura Torguet, do Programa de Fruticultura do IRTA. A responsável abordou o tema das doenças da folha, das doenças da flor da folha e do fruto e das doenças da madeira.
Na sessão de encerramento, Pedro Valadas Monteiro, diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG), enalteceu a importância do seminário e lembrou que “o caminho tem sido difícil”. Lembrou que o País tem uma Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, mas na verdade, os números atualmente estão abaixo das metas. “Temos de ter mais destes eventos, que partilhar conhecimento e trilhar o caminho, juntos”, disse.