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Previsão de colheita - campanha 2022/2023

Estimativa de diminuição de 9% na produção de vinho na campanha 2022/23

26/08/2022

Estima-se que a produção de vinho na campanha 2022/2023 venha a atingir cerca de 6,7 milhões de hectolitros, o que se traduzirá num decréscimo de 9% face à campanha 2021/2022. Previsões foram divulgadas este mês pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).

Na generalidade, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário sem registo de doenças ou pragas...
Na generalidade, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário sem registo de doenças ou pragas, como consequência das condições climatéricas verificadas até à data.

Relativamente à média das cinco últimas campanhas, esta previsão representará um crescimento de 2%. O decréscimo de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado por 9 regiões vitivinícolas, destacando-se as regiões do Douro e Porto e de Lisboa com as maiores quebras percentuais, na ordem dos -20%.

É nas regiões do Minho (+10%) e das Terras de Cister (+10%) onde se antecipam os mais significativos crescimentos da produção, face à campanha anterior.

Na generalidade, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário sem registo de doenças ou pragas, como consequência das condições climatéricas verificadas até à data. Contudo, a falta de água e as ondas de calor verificadas acentuam o stress hídrico e térmico, pelo que as condições climatéricas que se verificarem até à vindima, serão ainda determinantes na quantidade e qualidade da colheita.

Variação da Produção de Vinho por Região (milhares de hectolitros)
Variação da Produção de Vinho por Região (milhares de hectolitros).

Análise de previsões, região a região

Na região do Minho, é previsto um aumento na produção de cerca de 10%. A baixa incidência de pragas e doenças afigura-se como a principal causa para este aumento. A atual instabilidade climática poderá contudo condicionar a atual previsão, devido a acidentes decorrentes de fenómenos atmosféricos que afetem o normal desenvolvimento do cacho nas fases que se seguem até à vindima.

Na região de Trás-os-Montes, a previsão aponta para uma quebra da produção na ordem dos 10%. O desenvolvimento vegetativo é bom, sem ter existido a necessidade de tratamentos para o míldio, oídio ou outras doenças. As elevadas temperaturas e a seca extrema que se fazem sentir na região são as principais causas da diminuição prevista da produção, em relação à última campanha.

Na região Douro e Porto, prevê-se um decréscimo da produção de vinho na ordem dos 20%. Nesta campanha, as boas condições sanitárias promoveram um normal desenvolvimento vegetativo. Apesar da expectativa inicial em linha com a produção do ano passado, as ondas de calor (provocando o escaldão) e a falta de água têm vindo a acentuar as situações de stress que afetam a maturação da uva e respetivo rendimento.

Na região da Beira Atlântico, a previsão aponta para uma produção semelhante à campanha passada. As vinhas apresentam um bom desenvolvimento vegetativo e prevê-se uma vindima de qualidade. Todavia, as temperaturas altas e a pouca humidade registada poderão ainda afetar o normal desenvolvimento dos cachos (tamanho e peso).

Na região Terras do Dão prevê-se uma quebra na produção de 15%. Os problemas sanitários, nomeadamente ataques de míldio e oídio foram reduzidos na região, não tendo contribuído para a diminuição da produção. A onda de calor contribuiu para o stress hídrico nas videiras, no entanto prevê-se que a qualidade da colheita seja elevada.

Na região Terras da Beira, a previsão aponta para uma quebra da produção de cerca de 10% face à campanha 2021/22. Relativamente ao aspeto fitossanitário, não houve ocorrência de míldio, havendo casos pontuais de oídio. Os efeitos da seca começam no entanto a surgir em algumas zonas.

Na região Terras de Cister, prevê-se um aumento na colheita na ordem dos 10%. As vinhas apresentam um bom estado fitossanitário. Os prejuízos provocados pela geada são pouco significativos.

Na região do Tejo, as vinhas encontram-se com bom vigor e com bagos uniformes e bem formados, sem incidência significativa das principais doenças e pragas. Porém, o escaldão ocorrido interrompeu o ciclo vegetativo das plantas. Prevê-se ainda assim um aumento da produção de cerca de 5%.

Na região de Lisboa, perspetiva-se um decréscimo da produção na ordem dos 20%. A pouca humidade no solo não tem permitido o desenvolvimento dos bagos. A onda de calor entretanto registada ocasionou o surgimento de escaldão, em especial nas vinhas mais novas com menos superfície foliar.

Na região da Península de Setúbal, é esperada uma quebra de 5% na produção, devido aos episódios de escaldão do mês de julho com temperaturas acima dos 40°C e à atual situação de seca severa. A sanidade das uvas revela-se sem problemas de míldio e oídio, sendo a principal preocupação o controlo da praga da 'Cigarrinha Verde'.

Na região do Alentejo, estima-se que a produção de vinho venha a ter um decréscimo na ordem dos 5%. As vinhas apresentam um bom estado vegetativo, com desenvolvimento adequado ao estado fenológico, sem incidência de acidentes fisiológicos ou provocados por pragas ou doenças. Recentemente ocorreram alguns focos de escaldão. Existem perspetivas positivas para a qualidade.

Na região do Algarve, a previsão de produção aponta para um aumento de cerca de 5%. Observa-se boa sanidade das uvas, pelo que as condições climatéricas fazem prever uma produção com elevada qualidade.

Na região da Madeira, estima-se uma quebra na produção de cerca de 7%. Na generalidade, as vinhas encontram-se em bom estado fitossanitário. Se não se verificar a ocorrência de chuvas, perspetiva-se uma boa vindima ao nível qualitativo.

Na região dos Açores, a previsão global é de uma diminuição de produção na ordem dos 10%. O ciclo vegetativo e produtivo têm sofrido alguns danos, devido às condições climatéricas que ocorreram sobretudo nos meses de abril, maio e junho, nomeadamente ventos fortes, ressalgas marinhas e ocorrência de ataques de míldio.

Previsão de Colheita – Campanha 2022/2023. Fonte: IVV, IP
Previsão de Colheita – Campanha 2022/2023. Fonte: IVV, IP.

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