João Gonçalves, presidente do Centro PINUS, afirma: “apelamos aos membros do Parlamento Europeu e, em especial os representantes de Portugal, para que tirem partido da revisão da Diretiva das Energias Renováveis de modo a pôr fim à estratégia seguida até agora, de incentivos à queima de madeira, e priorizem a sustentabilidade da floresta, que é um ativo estratégico para as economias nacionais, e também para a europeia. A urgência desta mudança política é ainda maior dado o atual cenário de escassez de matéria-prima.”
Os dados recolhidos, referentes ao consumo de madeira de pinheiro-bravo em 2021, indicam que o setor energético tem um grande peso. O consumo de madeira de pinho em Portugal em 2021 foi de 4,1 milhões de m3 sem casca. A serração foi o setor com mais expressão, com 41%; as indústrias de trituração de alto valor acrescentado (painéis para construção e mobiliário e papel de embalagem) representaram 31%; enquanto o setor energético (pellets e centrais a biomassa) representou 24%.
Ao cruzar estes dados com a informação do 6º Inventário Florestal Nacional o Centro Pinus acredita que haja um défice estrutural de madeira (quantidade disponível para corte na floresta) na ordem dos 57% do consumo industrial. Situação que, segundo a associação, significa uma grave ameaça à sustentabilidade de todo este setor.