Alexandre Castilho | Diretor Geral da Hidro-Ibérica
05/05/2022Nestes últimos tempos, tem-se vindo a assistir a um assinalável aumento de áreas plantadas em Portugal de amêndoa, noz e avelã, fazendo com que os frutos secos nacionais se tornem cada vez mais competitivos nos mercados internacionais.
Nos anos mais recentes, temos assistido a um crescimento acentuado da procura por frutos secos: na produção, com novos produtores, novas áreas e, agora, com o aparecimento de novas unidades de transformação.
Assistimos praticamente ao duplicar da área de amendoal em Portugal, muito por força do grande investimento que se está a fazer na bacia do Alqueva, impulsionado pela disponibilidade de regadio. A área de noz também cresceu substancialmente e a avelã continua em franco crescimento.
Muitos agricultores trocaram os cereais de pastagem por frutos secos, devido essencialmente à valorização que os frutos secos têm no mercado mundial e também pela procura nos mercados interno e mundial. Muitos agricultores, maioritariamente jovens, estão a entrar nesta área pela primeira vez, havendo muitos fundos de investimento neste sector, o que nos leva a assistirmos a um pulsar forte destas culturas por todo o país.
A água é determinante para todo o sector agrícola e nesta fileira não é exceção. Atendendo ao atual período de seca que estamos a viver e tendo em conta as culturas em análise, trata-se de um dos fatores críticos, a par dos fitofármacos, adubos, podas e colheitas (mecanizadas), entre outros.
Portugal exporta mais de 100 milhões de euros de frutos secos e tendencialmente virá a exportar cada vez mais. É fundamental que Portugal passe a ser visto pelos importadores e pelos consumidores, como um cluster de frutos secos de qualidade, associado a alta produtividade e onde a valorização do produto final pode fazer a diferença face a outros mercados.
Portugal apresenta vantagens competitivas quando comparado a outros países produtores, nomeadamente ao nível das questões ambientais e edafo-climáticas.
O mercado atual acompanha as tendências das dietas alimentares, cada vez mais baseadas em proteína vegetal, o que tem vindo a fazer crescer o consumo de frutos secos. O potencial de crescimento do sector dos frutos secos em Portugal é exponencial e terá, certamente, também um impacto muito positivo no consumo interno.
A área de plantação de frutos secos irá continuar a crescer e, por isso, torna-se fundamental começar a instalar pequenas unidades de transformação industrial junto da produção. Estas unidades fabris permitem uma valorização do produto final, melhorando a sua qualidade e transformando-o, de forma a ser colocado no mercado nacional ou internacional.
Nos mercados externos, é essencial que a fileira nacional seja vista como um cluster ligado à qualidade e a uma alta produtividade sustentável, à semelhança do que foi feito na última década no setor dos azeites.
A produção de campo terá de ser acompanhada por unidades de processamento que permitam garantir mais valor acrescentado ao produto, colhido em fresco e que necessita de ser imediatamente tratado para evitar que mais tarde ganhe bolores e odores desagradáveis, que se traduzem em perdas económicas consideráveis.
Uma cuidada despelagem (remoção da casca mais exterior), secagem e armazenagem dos frutos secos evita a fermentação dos mesmos. Este tratamento pós colheita do produto, nomeadamente a despelagem e a secagem, são fundamentais para garantir uma boa qualidade do produto final e permitir a sua valorização. Estas intervenções pós colheita são responsáveis por garantir a qualidade do fruto seco, segurança alimentar, composição nutricional, caraterísticas físicas e sensoriais, bem como a carga microbiana, evitando a existência de fungos produtores de microtoxinas, cuja presença se pretende reduzir.
No caso concreto da amêndoa, a sua casca mais exterior (capota), que representa cerca de 50% do fruto, deve ser removida imediatamente após a colheita (em agosto e setembro). A capota da amêndoa, também denominada cascarão ou casca verde, consiste no epicarpo e mesocarpo do fruto da amêndoa e tem uma composição química cujo valor nutricional e palatabilidade é muito interessante para a alimentação animal de ruminantes, entre muitas outras valências.
Quais são os novos desafios deste sector? É necessário reforçar o investimento nesta área, permitindo a transformação dos produtos por forma a criar mais valor na fileira dos frutos secos, embora já se comece a sentir alguma dinâmica agroindustrial em Portugal com o aparecimento de unidades fabris, nomeadamente para a amêndoa, noz e avelã.
Com a instalação destas unidades de transformação de frutos secos, os produtores, as organizações de produtores (OP) e as associações de produtores de frutos secos tornam-se cada vez mais competitivas. O seu produto final é de melhor qualidade, tem um preço superior e, consequentemente, apresenta uma garantia de escoamento do produto mais rápida e valorizada.
Estes projectos de unidades fabris de despelagem e secagem são, a par de outros, comparticipados no âmbito de candidaturas a fundos comunitários, pelo que são investimentos que acabam por obter um retorno muito interessante, em comparação com outros investimentos.
A Hidro-Ibérica continua a apostar forte no crescimento da parceria com os seus Clientes e acredita que a produção de frutos secos terá de ser acompanhada pela instalação de unidades de processamento a implantar dentro ou próximo da exploração agrícola.
Para tal, a Hidro-Ibérica criou uma nova unidade de negócio destinada a instalar unidades fabris de limpeza e despelagem de frutos secos, consistindo numa representação das Marcas GARRIGA e ESTUPIÑA, dois fabricantes/industriais catalães, com largos anos de experiência nesta área e inúmeras unidades instaladas na Europa e algumas em Portugal, com dimensões que vão desde as pequenas unidades (500kg/h) às médias unidades (1000kg/h) e às grandes unidades de processamento (2.000 a 4.000kg/h ou maiores). A Hidro-Ibérica e a sua equipa de técnicos, em articulação com estes fabricantes, dimensiona, projeta e instala unidades de processamento em função das necessidades do cliente.
Hidro-Ibérica: um pouco da nossa história
A Hidro-Ibérica exerce a sua atividade de comercialização, montagem e assistência de sistemas de rega desde 1988 em Portugal, Espanha, Angola e Moçambique. O seu posicionamento forte no mercado é representativo da sólida experiência em soluções para a agricultura, não só pela gama de produtos comercializados – Pivots (RKD), Gota-a-Gota, Regas de Cobertura, Drenagem, Plantas/Plantação e Centrais Fotovoltaicas – mas sobretudo, pela prestação de serviços de consultoria para as áreas de hidráulica e regadio, projeto, comercialização, montagem, assistência técnica pós-venda e implementação “Chave na Mão” em olival, amendoal, avelal e vinha.
A experiência e campo de atuação acompanham o percurso completo, desde o início de um projeto até à montagem de sistemas de rega e à sua assistência técnica. Há uma tradição de apoio total e personalizado aos clientes, assumindo-os como parceiros de negócio.
Ao longo da última década, expandimos a gama de serviços à disposição do cliente, criando um conceito de “Chave na Mão”, que consiste em planear e executar todo o processo: projeto, rede de rega, mobilizações de solo, fornecimento de plantas e serviço de plantação.
A Hidro-Ibérica está atenta, é moderna e acompanha os interesses dos seus clientes e, portanto, a instalação de unidades de transformação de frutos secos representa mais um passo na lógica do bom serviço prestado, que culmina em clientes bem servidos e confiantes nos resultados que a Hidro-Ibérica ajuda a proporcionar.