A comemorar este ano meio século de atividade, a Ferpinta dá um passo importante na sua história e inicia a construção de uma nova fábrica na Zona Industrial de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. O investimento, na ordem dos 50 milhões de euros, prevê a instalação de uma unidade produtiva altamente disruptiva e tecnológica, equipada com sistemas avançados de produção e assente numa metodologia de trabalho automatizada e robotizada.
Muitos de nós ainda nos lembramos das robustas secretárias que equipavam as escolas primárias até à década de 80. Com estrutura em tubo de aço e tampo de madeira maciça, estas icónicas peças de mobiliário eram literalmente ‘à prova’ de qualquer criança.
Este foi, também, um dos primeiros mercados da Ferpinta. Constituída em 1972 pelo atual presidente do conselho de administração, o comendador Fernando Pinho Teixeira, a empresa começou a sua atividade com o fabrico de tubos de aço para mobiliário escolar, mas também para instalações de agropecuária e estruturas utilizadas em construção civil.
Desde então, a empresa deu lugar ao grupo empresarial, diversificou a produção, internacionalizou-se e, hoje, está presente em 29 pontos do globo, com as exportações a ocuparem já a maior parte do volume de vendas (71% em 2021).
No início de 2022, a Ferpinta anunciou o início de uma nova etapa na sua história: a construção de uma fábrica totalmente automatizada e robotizada, com conclusão prevista para junho de 2023. Localizada na Zona Industrial de Loureiro, em Oliveira de Azeméis, a nova unidade terá uma área total 50.000 m2, com 16.000 m2 de área total útil coberta.
Fernando Pinho Teixeira explica à InterMETAL que este projeto tem como principal objetivo “capacitar a empresa das condições necessárias para o desenvolvimento de produtos diferenciados e inovadores”, e acrescenta: “A Ferpinta, enquanto líder do mercado ibérico na indústria da metalomecânica, apresenta um portefólio diversificado de produtos com a incorporação do aço como matéria-prima principal. Por detrás do nosso trabalho diário está uma política interna de busca contínua por processos mais avançados e inovadores, que transformem a produção e, consequentemente, elevem a qualidade do produto. Contudo, as alterações do mercado face a emergentes tendências evidenciam alguns constrangimentos na aplicação dos produtos atualmente fabricados, pelo que urge uma alteração do atual paradigma”.
De facto, os mercados globais do tubo e da chapa de aço - como é o caso da maquinaria agrícola, do mobiliário metálico ou da indústria automóvel e aplicações de engenharia -, procuram cada vez mais produtos únicos, que diferenciem a empresa da concorrência. Isto implica, da parte dos fornecedores, uma capacidade de flexibilização da produção que só é possível com processos automatizados, robotizados e digitalizados.
Nesta nova unidade, a Ferpinta pretende incorporar novas linhas de produção “altamente sofisticadas”, com mecanismos de automação e digitalização que possibilitem o estabelecimento de conexões entre os distintos pontos de produção. “As diferentes aplicações permitirão responder às solicitações dos clientes, garantindo ganhos de produtividade e registos ímpares no consumo de energia, pela introdução não só das referidas tecnologias avançadas, mas também pela instalação de um parque fotovoltaico no novo estabelecimento, que potenciará uma transição para o consumo de energias limpas”, refere Fernando Pinho Teixeira.
Na área produtiva, a instalação de equipamentos com maior complexidade técnica e a transição para a produção automatizada, centrada na política setorial da indústria 4.0, implicam, naturalmente, uma aposta igualmente forte em conhecimento. “Para garantirmos o sucesso da introdução de ecossistemas de produção avançados, temos de capitalizar os nossos recursos humanos, através de formação especializada. Além disso, estão previstas contratações de trabalho altamente qualificado”, assegura o responsável acrescentando que, para já, serão criados 14 novos postos de trabalho, a acrescer aos atuais 380.
Atuais instalações da Ferpinta, em Vale de Cambra. A nova unidade estará localizada em Oliveira de Azeméis e terá uma área total 50.000 m2, com 16.000 m2 de área total útil coberta.
A empresa vai receber um crédito fiscal de 4,99 milhões de euros e um apoio a fundo perdido do Compete 2020 de 5,99 milhões de euros, num investimento a realizar em três anos.
Com esta iniciativa, a Ferpinta pretende continuar a afirmar-se como uma empresa inovadora no desenvolvimento e na produção de tubos e chapas em aço de elevada qualidade, enquanto referência no setor mundial e líder no mercado ibérico.
Para além da Península Ibérica, sairão da nova fábrica produtos para os mercados da Suécia, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Alemanha e França.