Equipa do InnovPlantProtect procura solução para a piriculariose e marcou presença no Dia Aberto da Cultura do Arroz no Baixo Mondego.
Cristina Azevedo, Tiago Amaro e Pedro Rosa são investigadores do InnovPlantProtect (InPP) e trabalham no desenvolvimento de biopesticidas contra a piriculariose do arroz, uma das doenças mais comuns neste cereal em todo o mundo e também em Portugal.
Após a sua participação no Dia Aberto da Cultura do Arroz no Baixo Mondego, organizado pela DRAP Centro, a 14 de setembro, efetuaram depois duas saídas de campo para recolher amostras de arroz infetado.
A equipa efetuou as colheitas na zona do Mondego em Montemor-o-Velho, com o apoio de António Jordão, da DRAP Centro, e na zona do Tejo em Salvaterra de Magos, com o apoio de Lourenço Palha, do COTArroz, após um contacto iniciado pela investigadora do INIAV, Ana Sofia Almeida.
“O objetivo destas recolhas visa isolar e caraterizar geneticamente os isolados (culturas de microrganismos) de Magnaporthe oryzae, fungo causador da doença, presentes hoje em Portugal”, lê-se no comunicado da página do InnovPlantProtect.
O Dia Aberto mostrou “o excelente trabalho desenvolvido pela equipa do INIAV no programa de melhoramento do arroz nacional e pela Lusosem, em vários ensaios de campo”, disse Cristina Azevedo, diretora do Departamento de Novos Biopesticidas do InPP.
No laboratório, os investigadores estão agora a tentar isolar os fungos das amostras de arroz recolhidas em campo; o passo seguinte será caraterizá-los do ponto de vista genético e da infetividade – a capacidade de um agente patogénico invadir um organismo e provocar nele uma infeção –, de modo a conhecermos a atual diversidade genética do Magnaporthe oryzae em Portugal.
No ano de 2021 está a verificar-se uma maior incididência da piriculariose do arroz em Portugal, principalmente no Baixo Mondego, devido designadamente a um menor número de horas de luz solar (mais dias de céu menos aberto), entre outras condições climáticas, explica António Jordão, da DRAP Centro.