BASF Portuguesa, S.A.
Informação profissional para a agricultura portuguesa
Startup pretende construir em Portugal, nos próximos dois anos, a primeira biorrefinaria da Península Ibérica

Startup portuguesa quer liderar produção de bioetanol na Europa

Redação Induglobal06/02/2021

Solução inovadora desenvolvida pela Stex aproveita os resíduos florestais e agrícolas e os resíduos sólidos urbanos para produzir bioetanol, que tem de ser incorporado nos combustíveis do setor dos transportes para responder a Diretiva Europeia 'Renewable Energy - Recast to 2030 (RED II)'.

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A Stex, criada em 2019 depois de quatro anos de investigação científica no Brasil, desenvolve tecnologias verdes para a produção de biocombustíveis líquidos, pré-bióticos e proteínas a partir de biomassas residuais ou resíduos em escala industrial, e foi distinguida, a 5 de fevereiro, com o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da 7ª Edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola.

O administrador, Lucas Coelho, destaca que a start-up opera uma planta piloto dentro das instalações da Unidade de Bioenergia e Biorrefinarias do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) coordenado por Francisco Gírio e pretende lançar no espaço de dois anos a primeira biorrefinaria da Península Ibérica.

Em 2018, a União Europeia aprovou a RED II, que obrigará o setor dos transportes a incorporar, no mínimo, 3,5% de biocombustíveis que provenham de resíduos até 2030.

A questão é que não há produtores deste tipo de biocombustíveis em Portugal e, na Europa, a produção é incipiente.

Neste contexto nasce a Stex, que desenvolveu um processo inovador, o qual, ao contrário do que acontece nas soluções maioritariamente adotadas, não parte de açúcares (Brasil) ou hidratos de carbono (Europa e EUA). Estas alternativas, além de não serem as mais sustentáveis, ainda competem com a produção de alimentos, o que aumenta os seus preços.

A solução da Stex assenta numa unidade industrial, a biorrefinaria, para transformar resíduos florestais, agrícolas ou lixo urbano em bioetanol. Trata-se de um biocombustível avançado, uma vez que é feito a partir de matéria celulósica residual e não compete com a produção de alimentos.

Os clientes da Stex são os distribuidores de combustíveis, que, no âmbito da RED II, têm de incorporar nos seus produtos pelo menos 0,2% bioetanol já em 2022, 1% em 2025 e 3,5% em 2030. O objetivo é que, até 2030, o consumo de fontes de energia renováveis pela União Europeia seja de 32%. Com a procura por este tipo de biocombustível a aumentar nos próximos anos, a Stex revela que, só na Europa, o potencial de mercado pode chegar a 15 mil milhões de euros.

Incorporação de bioetanol baixa emissões de CO2 até 95%

A previsão de faturação da Stex para 2020 é de meio milhão de euros, fruto de desenvolvimentos com empresas portuguesas, mas, com o arranque da primeira biorrefinaria e a venda do biocombustível avançado, o volume de negócios poderá ascender a seis milhões de euros.

Após quatro anos a desenvolver a tecnologia no Brasil, os fundadores decidiram mudar-se para a Europa, onde existe legislação madura para a transição energética e para uma sociedade neutra em carbono até 2050. Em 2019, abriram a Stex, uma empresa 100% portuguesa, e instalaram no campus do Lumiar do LNEG, em Lisboa, a Unidade Piloto que mantinham do outro lado do Atlântico.

A unidade está em operação, numa escala de 1:15 a 1:20 da biorrefinaria comercial, sendo uma das maiores da União Europeia e, de longe, a maior da Península Ibérica.

A Stex validou o processo para resíduos florestais (de Portugal), bagaço de azeitona e podas de oliveiras e resíduos sólidos urbanos (RSU) através de uma parceria com o LNEG, o que lhe tem permitido reforçar a sua credibilidade, dada a importância do LNEG no ecossistema de I&D&I. E neste momento está em busca de parceiros para implementar as biorrefinarias em Portugal e na Europa.

Nos próximos dois anos, o objetivo é construir em Portugal a primeira biorrefinaria da Península Ibérica, e, em 10 anos, 10 no território ibérico. O restante mercado europeu também está nos seus horizontes.

O processo desenvolvido pela Stex dá um destino sustentável aos resíduos florestais, agrícolas ou urbanos. Por outro lado, o projeto permite aos distribuidores de combustíveis contribuir para a descarbonização da sociedade ao utilizar um biocombustível de resíduos que pode reduzir até cerca de 95% as emissões de CO2 em comparação com os fósseis.

O Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola contou este ano com três categorias abertas a concurso público, alinhadas com as prioridades do Pacto Ecológico Europeu da Comissão Europeia: a categoria Sustentabilidade na Produção e
Transformação, para premiar os projetos que permitam uma produção agrícola, agroalimentar e florestal mais sustentável; a categoria Economia Circular e Bioeconomia, para destacar os projetos que promovam uma otimização dos recursos biológicos; e a
categoria Alimentação, Nutrição e Saúde, dedicada aos projetos que permitem uma alimentação segura, nutritiva e de elevada qualidade.

Desde 2017, a ANI já premiou 32 projetos e start-ups, nascidos da investigação académica, em concursos e prémios de inovação nacionais promovidos por entidades como Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, Crédito Agrícola, COTEC, BPI, Super Bock Group, Altice Labs, Serralves e Rock in Rio, através do programa Born from Knowledge (BfK).

Este programa é promovido pela ANI no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento, cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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