Ministra da Agricultura assinalou, esta terça-feira, no Alentejo, o arraque simbólico da campanha 2020-2021 da azeitona
“Atualmente, Portugal produz 160% do azeite de que precisa e isto significa que temos uma capacidade de exportação muito grande”, congratulou-se a ministra.
E, este ano, Portugal vai “atingir, expectavelmente, o máximo histórico de 600 milhões de euros de exportação” de azeite, acrescentou Maria do Céu Antunes, em declarações aos jornalistas durante a visita que efetuou à Herdade da Figueirinha, em S. Brissos, no concelho de Beja.
“É um valor fundamental para podemos diminuir o nosso défice comercial”, considerou, realçando que o setor do olival e do azeite tem “uma grande vitalidade” e “uma grande dinâmica, seja numa produção mais competitiva”, no caso dos olivais intensivos, “mas também numa produção mais tradicional”.
A governante argumentou que este setor agrícola “é capaz de fixar pessoas nos territórios”, não só na área que diz respeito à própria produção, “mas depois também a setores ligados, como é o caso do turismo e da gastronomia”.
Na Herdade da Figueirinha, que possui quase 250 hectares de olival, tradicional e em sebe, a ministra quis assinalar simbolicamente o arranque da campanha da apanha da azeitona e abordar as três dimensões para as quais o setor contribui, a económica, a social e a ambiental.
“Encontramo-nos a trabalhar com o setor, as universidades, os politécnicos, para garantir com toda a transparência a informação necessária para mostrar a vitalidade deste setor e aquele que é o seu contributo nestas três dimensões, para a valorização social, para o estímulo económico, mas também para a preservação dos valores ambientais”, disse.
A Olivum - Associação de Olivicultores do Sul, cujos responsáveis acompanharam a visita da ministra à exploração alentejana, já divulgou que Portugal, o 8.º maior produtor de azeite do mundo, deverá ter uma quebra na produção na campanha olivícola de 2020/2021 em relação à anterior e produzir 100 mil toneladas.
As perspetivas de produção em Portugal nesta campanha apontam para “um decréscimo de 40 mil toneladas “face a 2019/2020, quando Portugal produziu 140 mil toneladas e ”bateu o recorde“de produção nacional de azeite”dos últimos 80 anos", disse à Lusa, em 28 de outubro, o diretor executivo da Olivum, Gonçalo de Almeida Simões.
O Alentejo, a região portuguesa que representa cerca de 75% da produção nacional de azeite, também deverá registar um decréscimo e produzir 75 mil toneladas de azeite na campanha que começou em outubro, menos 25 mil toneladas do que as 100 mil produzidas na anterior, estimou.
Segundo Gonçalo de Almeida Simões, o “dado positivo“deste ano é que as previsões apontam para um”aumento de 7% no consumo de azeite a nível mundial, o que se traduz numa inversão da tendência dos últimos anos”.