Texto: José Saramago Natividade | Technical Market Development da Basf
11/11/2020De entre as cerca de 100 espécies relacionadas a nível mundial com as doenças do lenho da videira sobressaem, pela dispersão geográfica e comprovado envolvimento, as espécies Phaeomoniella chlamydospora, Phaeoacremonium aleophilum, Fomitiporia mediterranea, que em conjunto são responsáveis pelo complexo da Esca das vinhas adultas e também, e no caso das duas primeiras, associadas a diferentes sintomatologias em vinhas jovens. Também diversas espécies pertencentes à família Botryosphaeriaceae, particularmente importantes em Portugal, são consideradas de maior relevância atacando não só os tecidos do lenho, mas também os órgãos herbáceos da videira.
Apesar de poderem infetar as plantas através de qualquer tipo de ferida, são as feridas de poda as principais vias de infeção das videiras. O seu elevado número conjugado com a ocorrência de condições climáticas favoráveis à infeção, as dificuldades de cicatrização dos tecidos vegetais por estarem ainda em repouso vegetativo e a acumulação de inóculo, ano após ano, em resultado das novas infeções que ocorrem na sequência dos vários ciclos de poda, explicam a importância destas feridas no ciclo destas doenças.
Estudos efetuados, com o objetivo de determinar a evolução da suscetibilidade das feridas de poda às infeções, apontam para a importância de proteger preventivamente estas feridas o mais rapidamente possível após esta operação cultural, uma vez que este é o período em que a sensibilidade das feridas é máxima.
Dada a sua complexidade, qualquer estratégia racional de controlo das doenças do lenho deve assentar numa abordagem integrada visando reduzir de forma preventiva as infeções, desde o viveiro até ao local definitivo e durante a vida produtiva da vinha. A proteção atempada das feridas de poda juntamente com a indispensável adoção de práticas culturais adequadas (rega, fertilização, poda, gestão dos resíduos de poda), constituem a base para a proteção contra estas doenças.
Com o objetivo de contribuir para a melhoria do controlo destas doenças, a BASF desenvolveu um sistema constituído pelo fungicida Tessior® e um equipamento de aplicação específico:
Estudos demonstram que, graças à sua persistência, o Sistema Tessior® protege as feridas de poda durante um período de cerca de 3 meses, no entanto, é fundamental que a sua proteção seja efetuada o mais rapidamente possível após a poda de modo a evitar que ocorram infeções durante o período em que as feridas estão mais suscetíveis.
A utilização do Sistema Tessior® em anos consecutivos contribui para a redução das infeções que ocorrem em cada ano impedindo a acumulação de inóculo no interior das plantas.