De acordo com as estatísticas europeias, os jovens agricultores representam apenas 10% dos agricultores na Europa, no caso específico de Portugal, representam apenas 3% do total dos agricultores
A CAP organiza pelo 8º ano consecutivo o Concurso Nacional de Jovens Agricultores que elege o melhor jovem agricultor de Portugal.
O lançamento do concurso é acompanhado por um ciclo de conferências regionais de forma a dar a conhecer aos jovens as oportunidades que o setor agrícola oferece.
O ciclo de conferências para este ano teve de ser alterado devido às circunstâncias da Covid-19, pelo que os eventos serão híbridos, com assistência em sala cumprindo as regras em vigor impostas pela DGS e por webstreaming.
Serão oradores nestes eventos os reitores destes espaços académicos, bem como representantes da Comissão Europeia, do Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura, a que se juntarão jovens agricultores, deputados da Assembleia da República, e eurodeputados do Parlamento Europeu e o secretário de Estado da Agricultura.
Ao nível europeu, há 1 agricultor com menos de 35 anos por cada 9 com idade superior a 55 anos. Em alguns Estados-membros como Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido e Bulgária, essa proporção é ainda mais baixa (3 para 20), no entanto existem países como a Polónia, Áustria e Alemanha em que há 1 jovem agricultor por cada 6 com mais de 55 anos.
Estas diferenças entre países explicam-se fundamentalmente pela existência de quadros legislativos favoráveis que souberam promover a renovação de gerações nas zonas rurais, através de incentivos à transmissão das explorações agrícolas, e não é por acaso que estes países tem um setor agrícola pujante e moderno.
"A formação e as novas tecnologias ao serviço dos jovens agricultores são a base para o desenvolvimento do espírito empresarial. Não basta aos jovens uma formação teórica e pouco atualizada, é necessária uma assistência constante e profissional, adaptada às necessidades reais da sua atividade. É também fundamental atrair os jovens para a sua participação no sector associativo, só assim se preparam hoje os líderes do futuro", salienta a organização.
E acrescenta: "ninguém questiona o caráter estratégico da agricultura, mas o processo de abandono da atividade agrícola parece não ter fim. É urgente lançar, no âmbito da reforma da PAC, uma profunda reflexão sobre as orientações necessárias para tornar a agricultura atraente e garantir a sua rentabilidade. Se os jovens, e os menos jovens, não encontrarem um ambiente favorável para exercer a sua profissão, todas as medidas específicas e bem-intencionadas sobre instalação, formação, transferência de propriedade e fiscalidade serão em vão".
O Concurso Nacional de Jovens Agricultores e o ciclo de conferências, com abrangência nacional, apresentam-se como "uma oportunidade de diálogo e reflexão junto dos jovens agricultores portugueses", defende a CAP.
"A discussão do novo quadro comunitário é clara quanto à intenção de rejuvenescimento dos agricultores. No entanto, a execução tem de ser ajustada à nossa realidade. Só desta forma garantimos uma política que aborda os problemas demográficos endógenos da agricultura portuguesa. O que os agricultores reivindicam, é um nível de vida similar ao das outras atividades económicas, como o comércio, indústria e serviços. Os jovens agricultores defendem uma discriminação positiva nas políticas, de forma a terem oportunidade de iniciar a sua vida laboral de uma forma digna e rentável. Temos todas as condições reunidas para fazer deste ciclo de conferências uma plataforma de ideias para um compromisso alargado para a nova PAC entre os jovens agricultores, a academia e os decisores políticos. Da mesma forma, estamos certos de que os projetos que se apresentarão a Concurso são o espelho do dinamismo do sector em Portugal", conclui.
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