Por Jaime Ferreira | Presidente da Direção da Agrobio
18/08/2020O contexto Europeu e Mundial
Em 2018, foram registados 71,5 milhões de ha de superfície agrícola em agricultura biológica, incluindo áreas em conversão. As regiões com maior área em agricultura biológica são a Oceânia (36 milhões de ha, que é metade da área total) e a Europa (15,6 milhões de ha, 22%). A América Latina tem 8 milhões de ha (11%) seguida pela Ásia (6,5 milhões de ha, 9%), América do Norte (3,3 milhões de ha, 5 %) e África (2 milhões de ha, 3 %).
Os países com maior área agrícola em Agricultura Biológica são a Austrália (35,7 milhões de ha, quase 50% da área total mundial), a Argentina (3,6 milhões de ha), e a China (3,1 milhões de ha). Globalmente, 1,5 % da área total de superfície agrícola é em agricultura biológica. As maiores percentagens de superfície agrícola em Agricultura Biológica, por região, são na Oceânia (8,6%) e na Europa (3,1 %; União Europeia: 7,7 %).
Em 2018, a área agrícola em agricultura biológica cresceu 2,9 % (2,02 milhões de ha). Muitos países registaram um aumento da área agrícola em agricultura biológica e, alguns em particular mostram um grande crescimento, como é exemplo a França (16,7 %; + 0,27 milhões de ha) e o Uruguai (14,1 %; + 0,24 milhões de ha).
Por culturas, em 2018, 2/3 da superfície agrícola em agricultura biológica, estava ocupada por pastagens, que cresceu 2,9%. 13,3 milhões de ha (cresceu 4,9% desde 2017), de terra arável está ocupada maioritariamente com cereais, incluído o arroz (4,5 milhões de ha), seguido de forragens (3,9 milhões de ha), oleaginosas (1,5 milhões de ha), leguminosas secas e culturas têxteis.
As culturas permanentes representam 7% (4,7 milhões de ha) da área em agricultura biológica, sendo as culturas mais significativas, o olival (0,9 milhões de ha), frutos secos (0,7 milhões de ha), café (0,7 milhões de ha), uvas (0,4 milhões de ha), côco (0,4 milhões de ha) e cacau (0,3 milhões de ha).
Existem 2,8 milhões de produtores biológicos no Mundo, 47% na Ásia, 28% em África, 15% na Europa e 8% na América Latina. Os países com mais agricultores é a India ( 1 149 371), Uganda (210 352), a Etiópia (203 602). O mercado global está a crescer a uma taxa saudável e atingiu mais de 95 biliões de €. Está sobretudo concentrado na América do Norte e na Europa.
Em 2018, os países com mais mercado foram os Estados Unidos da América (40,6 biliões de €; 42%), a Alemanha (10,9 biliões de €) e a França (9,1 biliões de €). A União Europeia representa 38,5 % (37,3 biliões de €) e a China 8,3% (8,1 biliões de €).
O maior consumo per-capita em 2018 com 312 € foi atingido pela Dinamarca e Suíça. A Dinamarca tem a maior percentagem de mercado em biológico, 11,5 %. A União Europeia que é o segundo maior mercado do mundo para os produtos biológicos, em 2018 importou um total de 3,3 milhões de toneladas de produtos biológicos.
As frutas tropicais, os frutos secos, e as especiarias representaram a categoria mais significativa de importações (24,4%). Depois os cereais e as oleaginosas são o grupo mais representativo nas importações.
A China é o país que fornece mais matérias-primas à União Europeia (12,7%). O Equador, a República Dominicana, a Ucrânia e a Turquia são os outros exportadores com significado.
De acordo com um inquérito realizado pelo IFOAM (https://www.ifoam.bio/) em 2019, 84 países tinham sistemas de certificação e 17 estavam em processo de criação de legislação.
Na União Europeia a agricultura biológica é certificada e regulamentada desde 1991, tendo sido aprovada nova regulamentação em 2018 (Reg. (EU) 2018/848 – Produção biológica e rotulagem de produtos biológicos. Revoga o Reg. (CE) nº. 834/2007) a entrar em vigor em janeiro de 2021. No Mundo e, em particular na União Europeia, existe um crescente interesse em consumir alimentos biológicos, que a oferta não consegue satisfazer, havendo assim uma grande margem de progressão para a produção e transformação de produtos biológicos.
As novas gerações, o interesse por estilos de vida saudáveis e mesmo a existência crescente de pessoas afetadas por doenças como a diabetes, hipertensão (doenças cardiovasculares) e o cancro, fomentam o consumo destes produtos.