O projeto +PINHÃO pretende desenvolver processos de diagnóstico e monitorização que permitam determinar o impacte de agentes bióticos na produção de pinhas e pinhão, com destaque para o sugador de pinhas, L. occidentalis.
Com uma área atual de cerca de 176 mil ha, as plantações de pinheiro-manso providenciam uma das principais atividades económicas do setor florestal, representando 4-5% das exportações nacionais, um valor anual de 60-80 milhões € e 13,3% do emprego na floresta.
Todavia, existe por parte dos produtores e industriais uma grande preocupação com as perdas alarmantes de produção de pinha e de pinhão observadas nos últimos.
Como causas possíveis foi apontado um aumento da incidência de agentes bióticos nocivos, com destaque para a espécie invasora Leptoglossus occidentalis, detetada em Portugal pela primeira vez em 2010.
Por outro lado, espécies nativas, como sejam o gorgulho das pinhas, Pissodes validirostris, e a traça das pinhas Dioryctria mendacella, poderão também contribuir significativamente para a perda do pinhão.
Neste projeto visa-se desenvolver processos de gestão integrada que permitam controlar os estragos e minimizar os prejuízos causados por agentes bióticos que possam direta ou indiretamente afetar a perda de pinha e de pinhão.
O projeto visa desenvolver processos de diagnóstico e monitorização que permitam determinar com precisão o impacte das diferentes pragas na produção de pinhas e pinhão; determinar os períodos de desenvolvimento da pinha e do ciclo fenológico da floração/frutificação mais sucetíveis, de acordo com os ciclos biológicos das pragas; desenvolver processos de monitorização, de silvicultura preventiva, assim como produtos (compostos atraentes, armadilhas, inseticidas, auxiliares) que permitam o controlo destes agentes bióticos minimizando simultaneamente os impactes ambientais.
Na implementação da ação, o projeto desenvolverá as seguintes atividades:
i) Determinação do nível de prejuízos causados por L. occidentalis e outros agentes;
ii) Identificação dos estádios de floração/frutificação associados aos prejuízos cauasados por pragas;
iii) Identificação de fungos patogénicos associados aos órgãos de reprodução da planta;
iv) Seleção de compostos bioativos com uso potencial na gestão integrada de L. Occidentalis;
v) Desenvolvimento de armadilhas e atrativos para monitorização e captura de L. occidentalis e D. mendacella;
vi) Determinação de efeitos de gestão silvícola na suscetibilidade a pragas;
vii) Testes com auxiliares e fungos entomopatogénicos;
viii) Identificação de inseticidas eficazes e seguros contra L. Occidentalis.
A disseminação e divulgação do projeto far-se-á através de espaço informativo em página web; realização de workshops para produtores/técnicos e investigadores; participação em congressos nacionais e internacionais; implementação de duas unidades de demonstração; elaboração de fichas técnicas e de um manual.
O projeto, inicialmente previsto começar em março de 2017, teve o seu começo oficial a fevereiro de 2018.
A alteração à data de início do projeto justifica-se com o facto de as condicionantes ao Termo de Aceitação da candidatura terem sido validadas só no final de dezembro de 2017. Assim sendo, verificou-se um desfasamento de um ano do previsto para 2018.
No primeiro ano do projeto procedeu-se à recolha da primeira amostra de pinhas de último ano para avaliação anual do nível de prejuízo causado por agentes bióticos ao nível do povoamento de pinheiro manso, nas áreas abrangidas pelo projeto.
Também se procedeu à recolha da primeira amostra anual de pinhas para avaliação do efeito da rega e fertilização nos estragos por agentes bióticos em plantações de pinheiro manso enxertadas.
Relativamente aos compostos bioativos, foram realizadas várias extracções de voláteis, nomeadamente: de adultos de L. occidentalis, do pinhão negro e de adultos a alimentarem-se do pinhão negro com o fim de verificar se se liberta algum composto durante o processo de alimentação que pudesse ser atrativo.
No que diz respeito ao controlo químico do insecto L. occidentalis, foram selecionados cinco produtos fitossanitários a testar em laboratório. Realizaram-se ensaios de laboratório para avaliação do efeito dos insecticidas na mortalidade de ninfas e adultos de L. occidentalis que levaram à seleção de um dos produtos, o Teppeki. Este composto carece ainda de testes de campo os quais serão realizados em 2019.
A tarefa da divulgação deste GO é coordenada pelo parceiro UNAC.
Entidade líder do projeto: Instituto Superior de Agronomia
Responsável pelo projeto: Manuela Simoes (mrbranco@isa.ulisboa.pt)
Site do projeto: http://www.unac.pt/index.php/id-i/grupos-operacionais-accao-1-1-pdr2020/pinhao
Área do plano de ação: Pinha