BA12 - Agriterra

54 IRRIGAÇÃO Lógica de controlo da irrigação Este artigo introduz, de forma breve, a utilização de algumas abordagens para monitorizar, controlar e otimizar a rega. Há opções mais simples e mais complexas. Dependendo da casuística de cada parcela irrigada, uma ou outra opção será mais conveniente. Jaume Casadesús e Jesús Domínguez-Niño, Programa de Utilização Eficiente da Água na Agricultura (IRTA) BALANÇO HÍDRICO A abordagem mais recomendada e generalizada para determinar a irrigação para as culturas é o método, proposto pela FAO, baseado no balanço hídrico, que consiste em fornecer a irrigação necessária para compensar o equilíbrio entre as entradas e saídas de água no solo. As principais entradas são, normalmente, a precipitação e a irrigação, sendo a principal saída a evapotranspiração das culturas (ETc). Para efeitos práticos, a ETc pode ser estimada a partir de uma evapotranspiração de referência (ETo) calculada a partir de dados meteorológicos e de um coeficiente de cultura, Kc, que a converte para a cultura em questão. ETc=ETo * Kc O cálculo do volume de irrigação necessário tem em conta a precipitação efetiva, Pef, que é a parte da precipitação que efetivamente se infiltra no solo e é utilizável pela cultura. Outro parâmetro relevante é a eficiência do sistema de irrigação, efR, que tem em conta as perdas e a não uniformidade da distribuição. irrigação = (ETc - Pef) efR Ocasionalmente, existem outras entradas e saídas que podem ser relevantes, mas que são geralmente muito mais difíceis de quantificar, como a drenagemprofunda, a ascensão capilar ou o escoamento superficial do solo. Estas são geralmente ignoradas ou incorporadas indiretamente nos conceitos de eficiência. A grande vantagemdo balanço hídrico é que determina objetivamente o volume de irrigação necessária, sendo a base tanto para planear o volume de água que pode ser necessário ao longo de um ciclo de cultura, bem como para efetuar prescrições de irrigação em qualquer momento. É o método ideal nos casos em que os componentes do balanço hídrico são suficientemente previsíveis. No entanto, nem sempre é assim tão simples. Por vezes, existem incertezas aquando da quantificação das entradas e saídas. Muitas vezes, aquilo que complica a aplicação é o conhecimento exato da Kc. Embora a Kc seja suficientemente previsível em culturas com cobertura homogénea, é muito mais imprecisa em culturas em que a planta não cobre todo o compasso de plantação e com uma disposição tridimensional que nem sempre é a

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