BA15 - Agriterra

80 TRATORES As vendas de tratores novos em Espanha caíram para um mínimo histórico em 2023, abaixo das 8.000 unidades, depois de terem caído mais de 16% em relação ao ano anterior. No entanto, a John Deere está satisfeita com os resultados obtidos, uma vez que a maior parte deste declínio se reflete no segmento dos modelos estreitos, onde a marca não está tão presente como nos segmentos de média (100-150 CV) e alta potência (mais de 150 CV), que registam uma descida de cerca de 5% e 2%, respetivamente. Nestes dois segmentos, a John Deere atinge quotas de mercado de 43,5% e 31,5%, respetivamente (dados retirados do seu ano fiscal). “Estamos muito orgulhosos das nossas fábricas, dos nossos produtos e, naturalmente, da nossa Rede de Concessionários”, afirmou Jaime Muguiro. O diretor comercial sublinhou que os três tratores mais vendidos em Espanha são da John Deere (6120M, 6155M e 6R 250; o quinto é o 6R 185). A tendência de crescimento dos modelos da Série R (com mais conteúdo tecnológico do que os modelos M) é a prova da firme aposta que a John Deere faz na agricultura profissional. De facto, os cinco modelos mais vendidos em Espanha com mais de 150 CV são: 6155M, 6R 250, 6R 185, 6195M e 6R 215. SUSTENTABILIDADE, SEGURANÇA ALIMENTAR E SOBERANIA ALIMENTAR A intervenção de abertura ficou a cargo de Eduardo Martínez de Ubago, que sublinhou o “reequilíbrio de forças e de poderes“que está a ocorrer no setor agrícola a nível global, e que terá um ponto de viragem no próximo mês de junho com as eleições europeias.”A sustentabilidade ambiental continua a assumir um grande protagonismo, mas agora deve ser combinada com a segurança e a soberania alimentares”, indicou. Na opinião do diretor, é necessário seguir de perto e analisar os protestos que estão a ocorrer em países europeus importantes, como a Alemanha e a França. E deixa uma mensagem: “Não é popular ter o setor agrícola a fazer oposição”. Martínez de Ubago definiu os objetivos de sustentabilidade da empresa para 2030, que passam pela melhoria da eficiência na utilização do nitrogénio em 20%, pelo aumento da eficiência fitossanitária em mais 20% e pela redução das emissões de CO2 para os seus clientes em 15%, nos três casos, sempre por unidade de produção. O diretor revela-se partidário de que as ajudas cheguem a todos os perfis de agricultores, porque “não se trata de apoiar sistemas de produção, mas sim sistemas de vida”, embora tenha a certeza de que “o setor será mais competitivo quanto mais profissionalizado for”. “As ajudas em termos de tecnologia são as mais inteligentes, as mais sustentáveis e as que têm maior impacto a longo prazo”, acrescentou. O PAPEL DECISIVO DA AGRICULTURA DE PRECISÃO Jaime Muguiro é muito claro: “estamos perante uma década sem precedentes no crescimento da agricultura de precisão, de inovação nos sistemas de produção e de alterações regulamentares”. A definição da estratégia Smart Industrial, lançada há três anos, está em consonância com isto: “a John Deere desenvolverá máquinas inteligentes e conetadas, assim como sistemas e aplicações que permitam revolucionar os sistemas de produção na agricultura para gerar valor económico para o cliente”. CEIFEIRAS-DEBULHADORAS: 26% NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS Para analisar o mercado das ceifeiras-debulhadoras de cereais, Muguiro tomou como referência os dois últimos anos, considerando que 2022 foi um ano atípico afetado pelos problemas nas entregas que “a marca que lidera este segmento teve e que a fizeram perder terreno”, o que foi parcialmente equilibrado em 2023. Assim, de acordo com os dados fornecidos pelo seu diretor comercial, a John Deere tem uma quota de 26% em Espanha, ocupando a segunda posição. O “Operations Center” da John Deere conta com 9.500 organizações e cerca de 13.000 máquinas conetadas.

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