BA15 - Agriterra

35 VITICULTURA agregar todos os dados, de todos os sistemas, num único local e que facilite o acesso e a análise dos mesmos por forma a permitir decisões informadas. Nos últimos dois anos a empresa está a usar um novo ERP e tem todas as áreas da companhia a ajustar-se a essa nova realidade. A dúvida, aponta Maria José Moutinho, é se as plataformas que a empresa usa vão ser compatíveis com o modelo de ERP utilizado. Será que vão evoluir na mesma linha? O que se verifica são sistemas (diferentes) a evoluírem a velocidades distintas. E é por isso mesmo que Maria José Moutinho defende que se devem dar “passos pequenos e consistentes”, acrescentando que “toda a oferta que existe é aliciante, todas [as aplicacoes] dão, individualmente, informação importante, mas precisamos que ela seja compatível com a base que sustenta a empresa”. Há ainda uma outra componente: a mecanização. Algo que Luís Alcino Conceição considera que tem vindo a evoluir. O professor deu o exemplo do cenário do Norte do país, onde ainda se vê a máquina com o operador mas também soluções cada vez mais automatizadas. Um exemplo? Soluções de recolha de uva. Algo que o professor do InovTechAgro refere que há uns anos era algo completamente impensável. “Caminhamos para uma situação de robótica”, acrescentou. A Herculano tem uma filosofia de trabalho ligeiramente diferente do habitual. A empresa tende a ser contactada pelos agricultores que comunicam as suas necessidades e, a partir daí, a Herculano vai à procura de uma resposta. José Teixeira Marques deu o exemplo da parceria feita com o INESC-TEC e que resultou no desenvolvimento do Modular-E, robô apresentado na World FIRA 2024, onde ganhou o segundo prémio de desenvolvimento, revelou. O executivo da Herculano explicou que se trata de um robô modular autónomo para culturas lenhosas com capacidades de navegação avançadas, pensado principalmente para a vinha de montanha, como forma de resolver a questão da (falta de) mão-de-obra e as dificuldades de mecanização. ENÓLOGO TECNÓLOGO A crescente utilização de tecnologia está a transformar o perfil de quem trabalha no terreno. No caso do enólogo, por exemplo, há novas competências, relacionadas com a interpretação dos dados recolhidos. Como apontou Maria José Moutinho, hoje, todos os que estão no terreno têm de ter conhecimento destas novas tecnologias. Entre as várias existentes, a executiva da Aveleda realça os mapas de produtividade, que tiveram um maior impacto no seu quotidiano laboral. Mas não são caso único. “Diria as quatro plataformas que usamos e que foram ficando”, apontou, explicando que os dados fornecidos pelos voos – que a empresa realiza uma vez por ano – são fornecidos por satélite; já os disponibilizados pela plataforma que agrega os dados meteorológicos são “usados quase diariamente”. Sem esquecer os controladores de rega, que “são fundamentais”. Todas estas são ferramentas que, caso deixassem de existir, implicaria um retrocesso. n Da esquerda para da direita: Luís Alcino Conceição, do InovTechAgro; Alexandra Costa, da Agriterra/ iAlimentar; José Teixeira Marques, da Herculano, Grupo Ferpinta; e Maria José Moutinho, da Aveleda.

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