ENTREVISTA 17 Quanto ao papel da tecnologia e da inovação na gestão da rega e no regadio ficou bem evidente nos debates que tiveram lugar que o regadio eficiente deve usar formação e informação, bem como as tecnologias que tem à disposição, e que esse caminho deve prosseguir com a ajuda da academia e das empresas. Quais são as grandes preocupações do COTR no que respeita a rega e drenagem, tendo em conta o seu propósito de potenciar o desenvolvimento agrário? O COTR foi constituído em 1999 com a preocupação de auxiliar o meio agrícola na transformação da agricultura de sequeiro em agricultura de regadio, na zona em que nascia o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA). No cumprimento dessa missão, o desígnio principal era o de promover e divulgar o conhecimento técnico e científico no sentido de incentivar o agricultor a seguir as boas práticas no uso eficiente da água na rega das suas culturas. Longe de ser um chavão, esse objetivo continua a ser fundamental nos dias de hoje. Para o atingir, o COTR tem estabelecido, ao longo da sua história, uma relação muito direta com os agricultores regantes, caminhando com eles no percurso da eficiência do uso da água, e auxiliando-os quer no conhecimento do funcionamento dos seus sistemas de rega e da sua manutenção, quer no fornecimento de dados agrometeorológicos das 14 EMAs do COTR, quer na formação, nomeadamente, sobre equipamentos. Por outro lado, ao nível das grandes áreas dedicadas ao regadio (perímetros de rega), o COTR tem feito trabalhos de monitorização de solos de modo a que se perceba a evolução do estado dos solos com a introdução do regadio e dos novos sistemas culturais. Esta relação do solo com a rega é, hoje, um tema que merece estudo. Outra preocupação sentida pelo COTR tem a ver com a situação de escassez ou limitação de recursos hídricos, pelo menos, em algumas áreas. Esta realidade pode obrigar à implementação de práticas de rega diferentes, por exemplo a rega deficitária, para as quais temos de estar atentos, desenvolvendo estudos de benchmarking e experimentação. Quais são as prioridades da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, apresentada no evento, especialmente no que respeita ao uso eficiente e sustentável da água de rega? A Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, apresentada sob a forma de proposta no congresso, constitui uma das obrigações do COTR, reconhecido como Centro de Competências para o Regadio Nacional em 2018. Entendeu-se que apenas a partir do conhecimento, da investigação e inovação, da tecnologia e da formação entre todos os agentes envolvidos será possível alcançar um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável do regadio. Neste sentido, a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio pretende delinear um conjunto de estratégias e de ações no setor do regadio que configurem mudanças estratégicas e que permitam, por um lado, a resolução de problemas e conflitos, e por outro, identificar e divulgar boas práticas a implementar e já implementadas. As prioridades identificadas na Agenda dividem-se nos seguintes cinco eixos ou áreas temáticas: Disponibilidade e Qualidade dos Recursos Hídricos; Inovação e Melhoria das Infraestruturas Hidráulicas e de Rega; Sustentabilidade e Rentabilidade do Regadio; Tecnologias e Sistema de Informação de Suporte ao Regadio; Formação, Comunicação e Divulgação. Dentro de cada área temática é elencado Mesa Redonda 'Alterações Climáticas e Regadio - Medidas de Adaptação'.
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