BA12 - Agriterra

ENTREVISTA 72 como já aconteceu com a energia. E, para tudo isto, é necessária mais maquinaria de alta tecnologia no terreno. Não há outra forma. Tecnologia que, obviamente, tem de ser paga, e os novos equipamentos não são baratos. O que é que está a acontecer para que o discurso que criminaliza amaquinaria agrícola, apontando-a como uma das culpadas até das alterações climáticas, se instale numa parte da sociedade? O que diz é verdade. Também me apercebo do mesmo em Bruxelas. Estamos a trabalhar nisso e, recentemente, numa Comissão da Agricultura, tive oportunidade de falar com o eurodeputado irlandês Luke Ming Flanagan, membro do grupo Verdes, e ele compreendeu que a tecnologia é uma solução. Chegou mesmo a dizer que os agricultores precisam de muito mais dinheiro público para o efeito. A ideia lançada por certos setores “verdes” de que a nossa indústria pode ser negativa não é, definitivamente, verdadeira, e temos de explicar o que podemos fazer com a tecnologia e que, com ela, podemos atingir todos os objetivos que nos propomos. Porque todos nós queremos ser sustentáveis, usufruir de preços mais acessíveis nos alimentos e comer em segurança. Neste sentido, o que está a ser feito concretamente pela CEMA? Enquanto representantes da indústria europeia demáquinas agrícolas, estamos a informar os políticos, os funcionários públicos e os ambientalistas sobre aquilo que podemos fazer. Cheguei à conclusão de que a nossa comunicação não deve ser tão defensiva, mas simmais ofensiva, porque temos muito orgulho naquilo que fazemos. Ajudamos os agricultores a serem mais sustentáveis e a fornecerem alimentos mais seguros aos mercados. Caso o pretendam, podemos conseguir, mas precisamos de ajuda, e não de encontrarmos sempre caminhos fechados. Penso que esta mensagem está a ser cada vez mais escutada em Bruxelas e congratulo-me por ver desenvolvimentos positivos. Para além de apelar à ajuda ao investimento devido ao elevado custo do equipamento, efetuam um trabalho “educativo” para ajudar os deputados europeus a compreender a necessidade de novas tecnologias? Há algumas semanas, vários membros da CEMA reuniram-se com Anne Bucher, diretora da Direção-geral da Saúde e Segurança Alimentar, para explicar como a tecnologia pode reduzir a aplicação de fertilizantes líquidos até 60%. Trata-se de uma grande melhoria para os agricultores, uma vez que este produto é muito caro e prejudicial para o ambiente. “A DEMOAGRO É UM EXEMPLO PERFEITO DE COMO O NOSSO SETOR ABRE AS SUAS PORTAS AO MUNDO INTEIRO” "Estou muito feliz por ter ído a Espanha assistir à Demoagro. Ignacio Ruiz e a sua equipa da ANSEMAT foram os anfitriões perfeitos. Quero agradecer-lhes publicamente. Mas aquilo que é realmente importante é o interesse que uma exposição no terreno despertou entre os agricultores. É por isso que insisto que devemos ser mais ofensivos na nossa comunicação, ser mais abertos, e a Demoagro é um exemplo perfeito de como o fazer corretamente. Ao ar livre, com acesso livre, 100% transparente. É um exemplo perfeito de como o nosso setor abre as suas portas a todos, especialmente aos agricultores. Basta dar uma vista de olhos e ver como os profissionais gostam de testar as máquinas. Grupos de amigos agricultores entram nos tratores, experimentam-os e aprendemmais sobre as tendências futuras com os especialistas de cada marca. É um cenário fantástico. Dou os meus mais sinceros parabéns à ANSEMAT!" Todos os principais fabricantes europeus de máquinas agrícolas estão representados na CEMA.

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