BA11 - Agriterra

TOMATE DE INDÚSTRIA 68 TENDÊNCIAS NO TOMATE DE INDÚSTRIA Produção sustentável, circularidade, biotecnologia, monitorização de inputs e agricultura de precisão marcam as tendências do setor. A visão da APH • Os grandes desafios no processo de transformação do tomate de indústria são o elevado consumo de energia, a logística de expedição dos produtos e a instabilidade dos mercados. • A inovação e desenvolvimento de novos produtos e processos de produção mais eficientes, em conjunto com a poupança de energia e água, serão insígnias de uma indústria cada vez mais competitiva. • Dada a falta de garantia de disponibilidade de água para o regadio, há uma procura incessante por tecnologias de produção e de desenvolvimento de variedades mais adaptadas a cenários extremos, como as ondas de calor. • A Europa é o continente que tem a política agrícola mais restritiva e exigente quanto à utilização e homologação de produtos fitofarmacêuticos. A produção europeia é a mais segura do mundo para o consumidor. A visão da FNOP • A produção vê-se agora confrontada com uma nova política agrícola, que traz novas exigências e muitos desafios ao campo. • O produtor está mais instruído na linha de uma estratégia de luta de proteção da sua cultura, olhando sempre à estimativa de risco. A monitorização tem sido fortemente incrementada na produção, o que revela a importância dada à sustentabilidade dos ecossistemas. • Há uma tendência de utilização de produtos de resíduo zero e decorrentes da economia circular da própria produção e transformação de hortícolas. Mas a transição poderá ser lenta e complementar aos produtos de síntese química. • Há uma retirada maior de soluções de combate a pragas e doenças que uma entrada de alternativas com uma eficácia similar. Prevalecem opções financeiramente mais elevadas e que aumentam os encargos do produtor e afetam a rentabilidade da cultura. A visão da Portugal Fresh • No topo das prioridades tem de estar a água. O setor agroalimentar só é competitivo com acesso a este recurso e há que apostar na modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas e na criação de barragens para múltiplos fins. • É urgente apostar no tecido produtivo e dar prioridade ao crescimento sustentado da produção de alimentos. As medidas adotadas pelo Governo são exíguas e frágeis face às adotadas nos restantes países do sul da Europa, o que reduz a competitividade. • Na fileira do tomate transformado importa garantir condições idênticas às da Espanha e de Itália a nível da Política Agrícola Comum. Portugal precisa de ferramentas financeiras idênticas aos seus principais concorrentes. 50% deste valor”. Um comportamento “que estimamos que se possa manter”, diz o responsável. Na sua perspetiva, mesmo num contexto particularmente adverso, de pandemia, guerra, escalada de preços e inflação, “as empresas portuguesas não só nunca desistiram, como demonstraram enorme resiliência para atingir os seus objetivos”. A Portugal Fresh acredita que Portugal pode alcançar os 2.500 milhões de euros de exportações já em 2030. Mas para o seu presidente é preciso executar reformas estruturais – “a gestão dos recursos hídricos, por exemplo, é um tema inadiável” -, e dar respostas políticas e estratégicas, sustentadas em investimento, inovação, tecnologia e promoção. AGRICULTURA DE PRECISÃO COMBATE FITOFARMACÊUTICOS A par dos esforços para gerir os recursos hídricos, combater as alterações climáticas, integrar a economia circular ou acompanhar a rápida transformação tecnológica do setor, as empresas portuguesas enfrentamuma nova tendência para a sustentabilidade dos ecossistemas, que coloca um desafio: a adaptação aos objetivos europeus de redução do uso de produtos fitofarmacêuticos em 50% até 2030. O que têm feito para reduzir a sua utilização? Garantindo que as empresas produtoras de frutas, legumes e flores cumprem todas as regras da UE de controle de qualidade, higiene e segurança alimentar, o presidente da Portugal Fresh defende que “a ambição da União Europeia em ser o líder mundial no combate às alterações climáticas não pode resultar numa diminuição da produção na UE e num aumento das importações de países terceiros”. Segundo Gonçalo Santos Andrade, “o contributo da agricultura da UE para as emissões globais deve ser inferior a 1,5%”.

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