BA11 - Agriterra

38 EVENTO Iglesias salientou a necessidade de reduzir os custos de produção e fazer progressos na eficiência da cultura. Na linha das novas tecnologias e da sua utilização eficiente no campo, Emilio Gil, professor da Universidade Politécnica da Catalunha, centrou- -se na importância de tornar estas tecnologias disponíveis aos agricultores de uma forma real. “Menos de 10% dos agricultores europeus têm menos de 40 anos, existe uma idade média muito elevada, que pode dificultar a boa utilização da tecnologia: os jovens são o futuro”. Camino Arroyo, diretor-geral adjunto de Frutas e Legumes e Viticultura do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação (MAPA), disse que a nova PAC “pode causar um pouco de vertigem, mas há muito trabalho que já foi feito”, referindo-se aos 20% da superfície de amêndoa orgânica cultivada em Espanha ou que 92% do consumo de água nesta cultura é realizado por sistemas de irrigação localizada. Lola Gómez, professora na Universidade Politécnica de Cartagena e diretora da Plataforma SynergyNuts, referiu- -se ao objetivo da sustentabilidade e à forma como este desafio pode ser resolvido através da gestão de culturas biológicas e da utilização de culturas de cobertura. “Requer paciência, em termos de tempo e custos, mas no final torna-se visível uma redução dos pesticidas e fertilizantes”, disse. SISTEMAS ANTI GEADA, MELHORAMENTO GENÉTICO E NOVOS MODELOS DE FINANCIAMENTO O jornalista especializado em informação e comunicação agroalimentar, Miguel Ángel Mainar, moderou a mesa redonda onde se discutiu a gestão de culturas, a utilização de nova genética e investimentos para otimizar a rentabilidade das amendoeiras. Xavier Planas, diretor técnico da Raimat, explicou como funciona o sistema de aspersão anticongelante utilizado nesta adega catalã e que, se necessário, fornece uma quantidade de 35 m3 por hectare para proteger as culturas. Um elemento chave na rentabilidade da amendoeira é a inovação genética. María José Rubio-Cabetas, professora e investigadora da CITA em Aragão e uma referência neste campo a nível nacional e internacional, referiu-se ao novo porta-enxerto Pilowred, adaptado a solos áridos e ao stress hídrico, de baixo vigor, folha vermelha e resistente aos nemátodos. Rubio-Cabetas destacou alguns dos marcos no desenvolvimento da cultura, tais como variedades auto-férteis ou de floração tardia e a importância do porta-enxerto Rootpac, da Agromillora, como “uma inovação eficaz e segura para o setor”. Alémdisso, o investigador da CITA assegurou que as variedades vão influenciar a expansão da cultura nas áreas em risco de geada e informou que “estamos a estudar a arquitetura das variedades para a adaptar durante o processo de cultivo e assim facilitar tarefas como a poda, etc.”. Finalmente, Pablo Cuesta, diretor da Alboris Mancha, apresentou o seu projeto, que utiliza o crowdfunding para financiar a cultura e onde o investidor é acionista de uma empresa proprietária de plantações e, portanto, recebe dividendos. Este método de financiamento encoraja os clientes a fazer investimentos que talvez não ousassem com um método mais tradicional". PROJETOS PARA LIDERAR A CULTURA SUSTENTÁVEL DAS AMÊNDOAS José Casanova, professor na Escola Politécnica Superior de Huesca, foi o moderador da última mesa redonda, onde se debateram alguns dos projetos relacionados com a amendoeira em Espanha. Miguel Ángel Gómez, presidente da Almendrehesa, salientou que não existe um modelo universal para o cultivo da amendoeira e gestão das plantações. “Não funciona damesmamaneira para todos, é necessário conhecer as características da sua plantação a fim de melhor se adaptar a todas as possibilidades que se lhe oferecem”. Os especialistas que participaram no debate sobre a nova cultura da amêndoa concordaram com a importância da transferência de conhecimentos.

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