BA11 - Agriterra

11 ATUALIDADE Uma cultura que acrescenta muito valor ao uso da água, um recurso escasso e em particular no Alentejo, onde houve um grande investimento público na Barragem do Alqueva, a fim de impulsionar a atividade económica da região e acrescentar valor a uma balança comercial positiva. “Este estudo veio demonstrar que há uma boa eficiência dos recursos hídricos na cultura de frutos secos e que o caso do Alqueva é um bom exemplo do que deveríamos fazer noutras regiões do país para resistir a períodos de seca prolongados, uma vez que a região demostra que está preparada para resistir a três anos de seca seguidos e continuar a regar o volume que lhe está atribuído”, referiu Tiago Costa, Presidente da Portugal Nuts. Cultura muito bem-adaptada, ainda que recente, quando comparado com os EUA, permitindo que se utilize face à nossa realidade uma cultura de rega gota-a-gota que garante maiores vantagens no consumo de água. Foi também dimensionado todos os sistemas reduzindo as necessidades hídricas das plantas de acordo com a necessidade do momento, procedendo a uma gestão da água de forma regulada e controlada evitando perdas desnecessárias, já que se recorre a um sistema de pressão eficiente. O valor demercado dos produtos secos em Portugal faz que tenha um valor sustentável a vários níveis e, por isso, a Associação defende que há qualidade de produção de frutos face ao clima, solo e água despendida, quando comparado com países como a Austrália e EUA, permitindo que sejamos mais competitivos. A autossuficiência de Portugal no mercado das amêndoas revela que os objetivos foram inclusive superados e excendentários contribuindo para uma balança comercial positiva, com uma exportação de real peso face ao ano transato. Hoje, na zona do Alqueva, falamos de valores de 25 mil hectares de amendoal. Ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento de outras indústrias (como o descasque) garantindo oportunidades de empregabilidade neste setor. Nummomento que atravessamos custos de produção de 30% a 40%, este tem sido um setor que pouco tem penalizado o consumidor na aquisição da matéria-prima, já que ao haver um valor excedentário do produto é possível colocar em comercialização valores praticados no passado. No decorrer do II Congresso Portugal Nuts, temas como inovação, sustentabilidade e mercados internacionais foramalvo de discussão em três mesas redondas. A primeira mesa-redonda ‘A Água e o Setor dos Frutos Secos’ contou com a participação de Isabel Martins (Revista Sustentável), José Pedro Salema (Presidente EDIA), Pedro do Carmo (Coordenador da Comissão de Agricultura do Parlamento) e Tomás Tenreiro (SISTAGRO) que debateram os resultados do estudo sobre as necessidades hídricas nas culturas de frutos secos. Seguidamente, após a pausa para café e network, a mesa-redonda ‘Inovação e Sustentabilidade no Setor dos Frutos Secos’ contou com a participação de Pedro Pimentel (Centromarca), Filipa Saldanha (responsável de sustentabilidade do Crédito Agrícola) e Pedro Neto (vereador da CM do Fundão). Participou remotamente Rui Coutinho, professor da NOVA SBE, reconhecido innovation advisory. No último painel do evento, relativo ao tema de ‘Mercados de Frutos Secos: Tendências Nacionais e Internacionais’, participaram Bill Harp (Ex-Presidente Almond Board California e atual investidor em Portugal em frutos secos), José Luis Bosch (Coordenador da DESCASCALMENDRA) e ainda Tim Jackson (Presidente do Almond Board of Australia) que partilhou algumas palavras por vídeo, bem como Joan Fortuny Queralt (De Prado Almonds). A sessão terminou com ummomento ‘Amigos Portugal Nuts’, um projeto de responsabilidade social que se realizou este ano pela primeira vez e que pretende atribuir um donativo a instituições de solidariedade social. Na edição deste ano foi atribuído ao Centro de Acolhimento Temporário de Crianças em Risco “A Buganvília”. A Portugal Nuts, Associação de Promoção dos Frutos Secos, representa atualmente 50 associados, desde produtores a processadores, e cobrindo cerca de 15 mil hectares de terreno. A Associação tem como objetivo o estudo, experimentação, demonstração e divulgação de práticas culturais adequadas à realidade nacional dos pomares de frutos secos, e que conduzam ao aumento da competitividade dos seus associados, bem como a defesa e representação dos interesses dos associados junto de todas as entidades, oficiais ou privadas, de âmbito nacional ou internacional. n “Este estudo veio demonstrar que há uma boa eficiência dos recursos hídricos na cultura de frutos secos e que o caso do Alqueva é um bom exemplo do que deveríamos fazer noutras regiões do país para resistir a períodos de seca prolongados", destacou Tiago Costa, Presidente da Portugal Nuts

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