Um estudo do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa, sugere que a aplicação de efluentes pecuários nos terrenos agrícolas aporta um elevado valor agronómico.
Num estudo realizado pelo ISA, no âmbito dos projetos Nutri2cycle (EU-H2020) e CleanSlurry (Portugal – FCT), a proposta é da “aplicação direta em solos agrícolas em alternativa ou complemento dos adubos minerais como solução para a produção de grandes quantidades de efluente líquido, e a eventual exportação, em áreas que não conseguem receber todo o efluente”.
Esta solução vem reforçar a posição dos suinicultores portugueses que, há vários anos, propõem a valorização dos efluentes suinícolas como uma alternativa aos fertilizantes químicos, apresentando-a ainda como uma solução mais barata e que pode melhorar as condições ambientais de terrenos pobres em minerais.
“O Roteiro para a Sustentabilidade Ambiental das explorações suinícolas, promovido pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, em conjunto com o Instituto Superior de Agronomia, a Universidade de Évora e a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, assinado em maio deste ano, visa justamente promover o conhecimento para que as práticas da suinicultura venham ao encontro dos objetivos de uma economia circular, com a aplicação destes fertilizantes orgânicos em zonas agrícolas”, refere David Neves, Presidente da FPAS.
Conforme o apurado pelo estudo do ISA, o chorume de porco é composto por mais de 90% de água e uma apreciável concentração em nutrientes NPK, contendo ainda Ca, Mg, S, Cu, Zn, Mg e B. Com valores residuais de metais pesados e ausência de Salmonela e concentrações variáveis de E.Coli (indicador microbiológico), o chorume é um “cocktail de nutrientes” e alguma matéria orgânica, o que permite a sua reciclagem para a produção de biofertilizantes.
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