A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) foi a eleições esta quarta-feira, 21 de julho, num ato que escolheu os novos órgãos sociais para um novo triénio.
Segundo informações recolhidas pela Agriterra, os principais destaques que resultam destas eleições, prendem-se com a profunda restruturação operada nos titulares dos órgãos sociais (mais de 60% de novas entradas), e com as declarações do Presidente da Mesa da Assembleia Geral cessante, Manuel Castro e Brito, do empossado Presidente da Direção, Pedro Rei, e de Firmino Cordeiro na qualidade de Diretor Geral da organização.
Da direção da AJAP, composta por cinco elementos, apenas o Presidente, Pedro Rei, e o Vice-Presidente, André Silva, se mantiveram.
Henrique Silvestre, do Vale da Rosa, assume a outra Vice-Presidência, ocupando o cargo de vogais do mesmo órgão Samuel Pereira, de Torres Vedras, e André Freitas, do Vale do Mondego.
Para a Presidência da Mesa da Assembleia Geral, Manuel Castro e Brito (por ultrapassar os 40 anos) é substituído por Eduardo Almendra, ex-Presidente da Direção, sendo a Vice-presidência assegurada pela veterinária Joana Rodrigues, e o Secretária do mesmo órgão fica a cargo de Romeu Sequeira, candidato assumido a Presidente da Casa do Douro.
O Conselho Fiscal é presidido por André Macedo, Gestor e jovem agricultor em Braga, e como membros deste órgão, Cátia Pinto, investigadora e Secretária Executiva do Smart Farm Colab, Hugo Bacalhau da GojiNatur Lda, empresa agrícola da Vidigueira, José Lebres, vitivinicultor no Douro e Tiago Caldeira empresário agrícola em Alfândega da Fé.
Sustentabilidade na Agricultura, Digitalização do Setor, Economia Circular, Tecnologia de Ponta, Agricultura Biológica, Agricultura de Precisão, Alterações Climáticas, Inovação, Denominações de Origem, Comercio Tradicional e Local, E-Comerce, Sequeiro, Inteligência Artificial, Regadio, Exportações, Auto-suficiência Alimentar. São estes os eixos que, segundo a AJAP, a associação tem de se focar nos próximos tempos, ou seja, "encontrar os equilíbrios entre modelos e práticas produtivas, o combate à desertificação, o equilíbrio dos ecossistemas e o combate às alterações climáticas".
No seu curto discurso de despedida na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia, abordou a importância da água na agricultura e defendeu que Portugal deve assumir um forte investimento público na captação da água das chuvas que acabam por correr para o mar, um pouco por todas as regiões do País dadas as caraterísticas do nosso clima e as alterações em curso.
“É verdade que centramos a nossa preocupação nas medidas de política destinadas aos Jovens Agricultores, contudo, permitam-me que evidencie uma importante iniciativa que tem mobilizado a AJAP nos últimos anos, o JER - Jovem Empresário Rural. Desde janeiro de 2019, esta figura foi publicada em DR e assumida pelo então Governo liderado pelo mesmo primeiro-ministro do atual. Esta figura fruto de muitas das nossas preocupações associadas ao abandono e desertificação a que muitas regiões do nosso território estão cada vez mais expostas, aguarda que os Ministérios da Agricultura, da Coesão Territorial e da Economia, percebam que investir nos territórios rurais em Portugal de forma duradoira, também passa por instalar de forma consertada e apoiada Jovens Empresários Rurais. Podemos e devemos exigir mais empenho e concertação destes ministérios, sob pena de ser mais um projeto de gaveta”, vincou o responsável.
Pedro Rei salientou ainda que “como organização temos as nossas limitações, mas estamos em todas as frentes porque fomos ganhando créditos, reconhecimento e notoriedade junto das demais organizações, junto do Governo, e dos partidos da oposição, junto do mundo académico, junto dos mais jovens, por exemplo das escolas profissionais de agricultora e junto da sociedade no seu todo".
"Quero, neste ato, homenagear todos esses guerreiros do passado que descreveram estes 38 anos da nossa existência, e em nome de todos relembro os ex-presidentes que percorreram esta trajetória de sucessos. Cada um ao seu estilo, têm em comum a resiliência, insistência, tenacidade e quase sempre sem vacilar edificaram esta estrutura organizativa que a cada ano que passa cresce e afirma-se cá dentro e noutras geografias: Costa e Oliveira, Moreira da Silva, Constantino Silva, Firmino Cordeiro, Ricardo Brito Pães e Eduardo Almendra”.
A AJAP
A AJAP foi criada em 1983 para dar resposta a duas questões fundamentais: consciencializar os empresários agrícolas para a importância do movimento associativo e representar os Jovens Agricultores Portugueses a nível nacional e internacional.
É uma organização privada sem fins lucrativos, reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública, com o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) e membro do Conselho Económico e Social (CES).
A AJAP é a única organização que representa a nível nacional, europeu e internacional, os Jovens Empresários Agrícolas Portugueses, com idades compreendidas entre os 18 e 40 anos.
Decorrente do trabalho e empenho de toda a sua equipa, a AJAP participa ativamente na discussão, concertação e reflexão dos problemas dos Jovens Agricultores e dos Jovens Empresários Rurais em particular e dos agricultores em geral, conferindo um importante contributo para dinamizar o espaço rural, sendo a agricultura a sua atividade estruturante.