O documento estratégico contou com a contribuição de um painel alargado de especialistas, que delinearam ações estratégicas para áreas de atuação vitais como as Renováveis, a Tecnologia e Digitalização, a Gestão da Água, do Solo e Combate à Desertificação, a Floresta e Sustentabilidade do Território e o Desenvolvimento Industrial e Agroalimentar, entre outras.
A CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal apresentou na tarde de 24 de setembro, no Centro Cultural de Belém, o documento estratégico 'Ambição Agro 2020-30', que representa o contributo dos agricultores nacionais para o Plano de Recuperação e Resiliência que o Governo terá de apresentar em Bruxelas até ao próximo dia 15 de outubro.
Com os olhos postos no futuro e enquadrando o conjunto de decisões tomadas a nível europeu para relançar a atividade económica, durante a próxima década, a CAP elaborou um conjunto de propostas que visam desenvolver o setor agrícola e impulsionar a coesão social. Por um setor agrícola mais sustentável, mais inovador e mais exportador, defende o documento.
Esta cerimónia, que pelas atuais circunstâncias juntou um número mais restrito de convidados e foi transmitida em formato webinar, contou com a presença física do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez o discurso de encerramento.
Presentes estiveram também governantes e representantes de vários ministérios: da Economia e Transição Digital ao Planeamento; da Coesão Territorial ao Ambiente, da Agricultura à pasta da Internacionalização. "Um facto pelo qual a CAP muito se congratula, uma vez que deixa bem vincado o papel da Agricultura portuguesa como motor da economia nacional e como eixo fundamental da estratégia de recuperação económica que o País terá de encetar na próxima década", considera a confederação.
Na sua intervenção, o presidente da República afirmou que "a CAP soube protagonizar uma mudança na agricultura portuguesa, fazendo dela um setor de futuro. A agricultura não para e a agricultura não parou, isso foi evidente no decurso desta pandemia e eu, como Presidente da República, estou grato por isso e não esqueço esse papel”.
"Esta Ambição Agro 2020-30 toca em todos os aspetos relevantes para a Agricultura, que é seguramente uma das áreas de atividade económica da maior importância para Portugal", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro-ministro, António Costa, fez igualmente questão de se associar a esta iniciativa, deixando uma mensagem vídeo em que congratula a CAP pela sua reflexão e contributo e agradece os agricultores pelo seu dinamismo e resiliência, lembrando que a agricultura não parou durante os meses do confinamento, garantindo que “nada faltasse na mesa dos portugueses”.
Apontando para o facto de o setor agrícola ter colocado “a inovação no centro do processo produtivo”, o primeiro-ministro afirma que a Agricultura “é uma atividade que tem sempre futuro” e acrescenta: “Hoje, ninguém questiona que recuperar as nossas economias e torná-las mais resilientes passa necessariamente por robustecer o setor agrícola nacional. É esse o nosso desígnio. E é certamente com o contributo da CAP e de todos aqueles que estão presentes nesta sessão que vamos alcançar as nossas metas”.
Perante a plateia presencial, que incluiu ainda representantes de diversos partidos e ex-ministros da Agricultura, e os mais de 500 participantes que acompanharam a cerimónia via webinar Zoom e Facebook Live, o Presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, caracterizou a 'Ambição Agro2020-30' como “um verdadeiro contributo para a recuperação da economia nacional e um impulso para a coesão e progresso social, tendo apelado à “criação de uma estrutura de gestão, próxima do poder de decisão, capaz de resistir aos ciclos eleitorais e orçamentais no decurso da próxima década, para garantir a mais eficaz e adequada alocação de recursos financeiros ao mundo rural e agrícola, para aumentar a inovação, a sustentabilidade e as exportações”.
A crise pandémica veio confirmar a resiliência do setor agroalimentar e agroflorestal perante as situações mais adversas e não apenas em contextos de crescimento, demonstrando a sua mais-valia vital para a economia nacional.
Em 2019, esta atividade atingiu um VAB de cerca de 17 mil milhões de euros, com as suas exportações a representarem praticamente 20% das vendas totais de bens de Portugal ao exterior. Entre 2010 e 2019, as exportações agroalimentares e agroflorestais, no seu conjunto, registaram um crescimento superior a 50%.
António Sampaio e Mello, Professor de Finanças na Universidade de Wisconsin e no MIT, coordenou um painel de especialistas que se debruçaram sobre sete áreas de ação específicas e que fizeram as devidas intervenções nesta sessão: